10/12/2018 15:00
Energisa pressiona trabalhadores com policiamento e categoria reforça possibilidade de greve
Entidade rejeitou contraproposta de 4% de reajuste da empresa e pede 5,5%
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado do Mato Grosso do Sul, Sinergia, informou, nesta segunda-feira (10), que as negociações salariais com a Energisa 'travaram' e a empresa pediu reforço de policiamento para pressionar os funcionários. Neste clima, os trabalhadores podem votar um indicativo de greve até o meio da próxima semana.
O presidente da entidade, Elvio Marcos Vargas, explica que, desde setembro, houve seis reuniões com a empresa, mas até agora não há decisão, já que a contraproposta da empresa, que hoje possuiu 1,4 mil trabalhadores no Estado não foi aceita.
Vargas diz que a última oferta da Energisa foi de 4%, o que significa para ele somente a reposição da inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC. A exigência do sindicato é pelo ganho real, ou seja, mais um 1,5%, totalizando 5,5%.
Outro pedido dos representantes dos funcionários da Energisa é reajuste de 6% no tíquete alimentação. Elvio diz que a inflação dos alimentos subiu quase 6%, por isso precisam do reajuste.
Viaturas no pátio da Energisa - Foto: Repórter Top
O Sinergia diz que colocou 400 funcionários na porta da empresa, na ocasião da última assembleia realizada. O sindicato alega ainda que com o lucro líquido de R$ 115,5 milhões nos primeiros nove meses deste ano, a Energisa teria como atender as necessidades dos colaboradores. Esse lucro seria, segue o sindicato, 96,8% maior do que o registrado no ano anterior.
Nesse momento, segundo Élvio Vargas, o sindicato mantém o foco na assistência à famílias de um trabalhador que morreu em serviço, na última semana, e no colega dele, que está hospitalizado.
''Estamos em luto, por isso vamos aguardar mais um pouco para votar o indicativo de greve, caso não haja contraproposta satisfatória da empresa'', avisou o sindicalista.
Élvio, ao microfone, diz que sindicato pede 5,5% de reajuste. (Foto: Reprodução Sinergia)
Resposta
Por meio de nota a Energisa informou que o acordo coletivo é um processo negocial anual que acontece entre a entidade sindical e a empresa, buscando atender os interesses dos colaboradores e o equilíbrio econômico-financeiro da companhia.
''Vale ressaltar que a concessionária está sempre aberta ao diálogo e trabalha com responsabilidade, garantindo o bem-estar dos seus colaboradores, a exemplo da pesquisa de clima realizada neste ano pelo Instituto GPTW (Great Place to Work) – internacionalmente reconhecido - onde a Energisa MS atingiu o índice de 79,01% de confiança, consolidando-se como uma excelente empresa para se trabalhar, com um ambiente de trabalho saudável e colaborativo''.
''A Energisa possui a concessão de um serviço público federal considerado essencial para toda a população e reforça que, tem garantido por lei o efetivo mínimo de colaboradores que viabilize o pleno atendimento à sociedade sem colocar em risco o serviço prestado pela distribuidora, garantindo a segurança dos colaboradores e clientes''.