06/12/2018 20:16
'Gabrielly era gentil, não era de briga'', diz irmã de menina morta após agressão em escola
Estudante tinha dez anos e morreu após cirurgia na Santa Casa
Diante de muita emoção, Michelle Ximenes, 16, lembra que a irmã, Gabrielly Ximenes, 10, morta após ser agredida por uma 'colega' na Escola Lino Villachá, no Nova Lima, no dia 29/11, era gentil e não era de brigar. Ela diz que a família foi pega de surpresa com o acontecimento trágico.
Gabrielly foi agredida no dia 29 de novembro, fora da escola e morreu na madrugada desta quinta-feira (6) na Santa Casa. Michelle diz que a irmã foi ameaçada por três meninas, ainda durante as aulas e as agressões ocorreram na saída.
''As meninas [suspeitas] chamaram a mãe de Gabrielly de prostituta. Ela respondeu que a mãe dela não era isso e elas disseram: 'ah, então vamos ver quem é que está mentindo no final da aula, destacou Michelle.
A Polícia Civil apurou até o momento que somente uma menina de nove anos bateu em Gabrielly, mas a irmã não acredita nessa versão.
''Foram três, duas de 14 anos e uma de dez. Todo mundo que estava na rua viu que era três que bateram'', revelou Ximenes.
Michelle lembra que após a agressão, um menino, colega de escola, avisou a mãe de Gabrielly sobre o ocorrido. O Samu foi acionado por um professor e levou a pequena para o UPA Coronel Antonino.
A irmã diz que a família vai lutar por justiça e destaca a necessidade de observar o comportamento das crianças na escola.
''Minha irmã era ameaçada e não falou nada'', ressalta a adolescente. Ela completa dizendo que alunos disseram que as rivais puxavam o cabelo de Gabrielly.
Agressões teriam ocorrido na saída da aula no Nova Lima. (Foto: Wesley Ortiz)
Michelle lembra que, no dia seguinte da agressão, a mãe dela foi até à escola falar com o coordenador sobre o ocorrido. Ele, que não foi identificado, também acionou as mães das supostas agressoras.
''Ela [mãe da estudante] e outras mães esperaram na esquina de baixo minha mãe sair para falarem com o coordenador'', lembra a adolescente.
Lesões
Assim que foi agredida, Gabrielly foi socorrida ao UPA Coronel Antonino, onde passou um dia. À noite, retornou à UPA e depois de tirar radiografia, foi informada que a menina havia trincado a perna e foi encaminhada para o Centro de Especialidades Médicas, o CEM.
No centro de especialidades a fratura teria sido confirmada e uma tala colocada na perna. No entanto, Gabrielly reclamava que o local da tala não doia e sim a virilha.
Gabrielly então foi levada para a Santa Casa onde foi avaliado que ela tinha inflamação na coluna e foi internada. Como os remédios não fizeram efeito, os médicos optaram pela cirurgia.
Às 1h30 de hoje, disse a irmã, havia muita pus no local do ferimento e após a cirurgia Gabrielly teria sofrido seis paradas cardíacas.
''Nesse momento um médico chegou e disse: 'mãezinha, a gente não sabe se ela vai acordar'', lamentou a irmã.
''Depois da sétima parada ela não resistiu'', contou Michelle. Já a delegada da Delegacia de Atendimento à Infância e à Juventude, Fernanda Félix, diz que a menina morreu em decorrência do procedimento cirúrgico, por tromboembolismo, quando ela sofreu quatro paradas cardíacas.
O corpo da vítima será liberado às 21h30 desta quinta-feira e a família ainda não tem informações sobre o sepultamento.