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27/11/2018 17:00

Ministro de Bolsonaro, Mandetta quer mudar tratamento de dependentes químicos

Porém, já afirmou que o debate não entra a questão da liberação de drogas

27/11/2018 às 17:00 | Atualizado 28/11/2018 às 07:53 Rodson Willyams
André de Abreu / Arquivo

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) disse, em entrevista ao jornal O Globo, que pode mudar as políticas para o tratamento de dependentes químicos no país. O futuro ministro da Saúde, nomeado por Jair Bolsonaro (PSL), criticou aos resultados obtidos pelos Centros de Atenção Psicossociais (CAPs) e quer ouvir especialistas para criar uma nova política para o setor.

Para Mandetta, não há dados quanto à recuperação de dependentes químicos. "O que a saúde oferece para essas pessoas? Ambulatórios de rua e CAPs. Qual o índice de recuperação? Não chega a 5% ou 6% nos CAPs. Você tem 94% de recidiva. Onde estão nossas cabeças? O que nos dá melhor chance estatisticamente para retirar o indivíduo das drogas? É no Caps? Não".

O futuro ministro ainda afirmou à publicação carioca que é impossível manter o sistema atual. "O que eu sei é que essa política, do jeito que está, eu vou jogar em questionamento mesmo. Onde que está o erro? Não podemos mais deixar como está para ver como fica".

Ouvir especialistas

Mandetta afirmou que pretende ouvir especialistas nas áreas de psicologia e psiquiatria em busca de alternativas. Ele citou como um exemplo para a prevenção aos vícios o incentivo a políticas na área do Esporte, como a feita pela Jamaica na área de atletismo.

O hoje parlamentar de MS ainda alega que não cabe, no debate, a legalização de drogas e que é necessário trabalhar em prevenção e no atendimento aos dependentes. A reforma manicomial acabou por fechar locais que poderiam ter sido adaptados para atender a dependentes de crack, mas refutou a possibilidade de se fazer atendimento apenas em locais mantidos pelo Estado.

O futuro ministro destacou que o trabalho feito por igrejas na recuperação de dependentes deve ser levado em consideração, mas enfatizou que, como o Estado é laico, é difícil implementar uma política pública que privilegie repasses a essas instituições.