Polícia

há 6 anos

Mulher sofre ameaça e só consegue medida protetiva após sofrer estupro

Vítima contou que criminosos disseram que estupro foi a mando de homem com quem ela chegou a ter um relacionamento e que não aceitava a separação

16/11/2018 às 08:07 | Atualizado 16/11/2018 às 07:40 Da redação / G1
Reprodução

A Delegacia da Mulher, em Mogi das Cruzes, investiga o estupro de uma mulher por dois indivíduos. A vítima contou que criminosos disseram que estupro foi a mando de homem com quem ela chegou a ter um relacionamento e não aceitava a separação.

A mulher que prefere não se identificar continua muito abalada. Ela conta que depois de apenas três encontros com um homem decidiu dar fim ao relacionamento, mas começou a ser perseguida e ameaçada.

"As ameaças sempre foram 'vou te pegar, vou te matar, vou te arrebentar, você não vai sair assim dessa, se não ficar comigo não vai ficar com ninguém'. Ele chegou a ir até o meu estabelecimento comercial num dia de sábado, dia de bastante movimento, queria entrar, queria me agredir, queria que eu saísse."

A vítima ainda conta que sofre com a ameaça da divulgação na internet de um vídeo íntimo do casal, que o homem gravou sem que ela soubesse. "Ele gravou sem a minha autorização, dentro da casa dele, com o celular dele. Eu estou de costas, mas é bem fácil de identificar que sou eu e ele usa esse vídeo como forma de chantagem. Desde então não tive mais paz.”

Desde outubro ela já registrou pelo menos três boletins de ocorrência contra o homem, inclusive por ameaça e violência doméstica. A Delegacia de Defesa da Mulher chegou a pedir uma medida protetiva para a vítima, que foi negada pela justiça. O juiz disse que não havia nos autos registros de violência de gênero para que fosse imposta ao homem a proibição de contato e de frequentar determinados lugares.

O magistrado alega ainda que os fatos precisavam ser melhor apurados para aplicação da medida protetiva. Na semana passada quando ocorreu o estupro na casa dela, a vítima registrou outro boletim de ocorrência. “Eles falaram que eles estavam ali para me dar um recado que não adiantava ir atrás da polícia, pedir medida protetiva, que isso não ia adiantar nada, que assim como eles estavam ali naquele momento eles poderiam vir ali em qualquer outro momento", disse.

Apenas nesta quarta-feira (14), depois do registro do boletim de ocorrência por estupro, o mesmo juiz que havia negado antes a medida protetiva, desta vez concedeu. Mesmo assim argumentou que "a decisão ora proferida tem por base as declarações da vítima e se caso a versão dela não for condizente com a realidade, esta responderá com os efeitos jurídicos no âmbito civil e penal”.

Um pedido de prisão preventiva do suspeito também foi feito ao juiz, mas foi negado. "Toda documentação que nós tínhamos, nós apresentamos. Tudo foi informado para o juiz. Foram feitos por ela os exames necessários. Tudo foi apresentado. Então está na fase de investigação", disse o advogado Sílvio Alkmin

A vítima passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Mogi das Cruzes e nesta quinta passou por mais exames em um hospital.