Sérgio de Paula, Márcio Monteiro, Maria Cecília Amêndola e Nelson Cintra. São os quatro nomes que, ou já estão fora do Governo do Estado, ou estão na corda bamba. Se confirmada, será a maior mudança na gestão de Reinaldo Azambuja, desde que o tucano assumiu, no primeiro dia de 2015. Quais os impactos de toda a chamada reforma administrativa? Esse é o tema do primeiro Na Lata Análise.
Com ou sem a existência de vídeo bomba, a semana estremeceu com a notícia, já confirmada até pelo Governo do Estado, da saída de Sérgio de Paula da Casa Civil. A relação entre Sérgio e Reinaldo é o que apimenta a saída do ex-homem forte da administração estadual. Sérgio era considerado o grande braço-direito de Azambuja.
Mesma situação com Márcio Monteiro, responsável pelas finanças do Estado. O deputado federal tucano é visto como peça-chave da engrenagem chamada Governo de Mato Grosso do Sul. Porém, assim como Sérgio, caiu... e quanto maior a altura...
Sérgio e Márcio passaram do limite. Ninguém do Governo confirma (óbvio), mas a dupla estava querendo mandar até no governador. E a arrogância precede a ruína! Eles perderam a noção do cargo que ocupam, tentaram ultrapassar (e muitas vezes conseguiram) o papel de suas próprias pastas, chegando (dizem) ao limiar da legalidade. Os tentáculos da dupla ficaram grande demais. Foram prontamente cortados...
Nelson Cintra, desde que assumiu, é uma fonte constante de preocupação. Casos de humilhações, assédio sexual se juntaram ao fraco desempenho técnico para colocar a cabeça do secretário de Turismo numa bandeja prateada. O Governo muito teve que abafar, a ponto de chegar nesta a semana a negar, via Polícia Civil, o registro de boletim de ocorrência contra o secretário. Mas água mole em pedra dura...
O caso de Maria Cecília é estritamente técnico. Ouviu o discurso ao extremo de Monteiro, pregando ajuste fiscal, e mandou a bomba pras escolas. Colocou até 47 alunos em salas feitas pra 35, cortou funcionárias a mais do que o necessário. Ao mesmo tempo, perdeu mais de R$ 40 milhões em verbas federais por falta de projeto. Um desastre! Mais uma que está com a cabeça já no lugar na guilhotina.
Caso confirmado, as quatro saídas seriam um alento ao governador Reinaldo Azambuja. Assim, o tucano poderia – se tiver vontade política – retomar as rédeas perdidas de um Governo que ainda tem muito o que mostrar.
Azambuja pode, assim, ganhar fôlego para mostrar ainda mais. Manter salários em dia em plena pior crise brasileira em décadas não está sendo suficiente para garantir uma reeleição. O povo quer mais! A mudança em um secretariado capenga é justamente a chave para atender o pedido da população. O tempo passa, falta pouco mais de um ano para as eleições. Governador, é a hora de mostrar de vez a que veio!