Um Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM) foi o responsável pela forte chuva que caiu sobre Corumbá entre as 05h30 e 07h30 de sexta-feira, 19 de fevereiro. A meteorologista Cátia Braga, do Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), informou ao Diário Corumbaense que esse fenômeno, traz a formação de um complexo de nuvens Cumulonimbus que produzem chuva, descargas elétricas (raios), granizo e são acompanhadas por fortes ventos.

A meteorologista explicou que esse fenômeno, com a formação de nuvens carregadas, acontece por conta da união do calor – que em Corumbá é característica forte – e da umidade.  O complexo que se forma pode trazer chuvas com duração de algumas horas ou de vários dias seguidos. Há ainda a possibilidade que esse fenômeno se repita na próxima semana, pontuou Cátia.

Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espacias (INPE) registraram o fenômeno natural sobre Corumbá. O complexo de nuvens carregadas que trouxe a chuva pode ser observado em azul escuro na animação ao lado. 

Segundo o Destacamento de Controle do Espaço Aéreo do Aeroporto Internacional de Corumbá, os ventos chegaram a 90 quilômetros por hora, às 06h34 da manhã. A chuva, de acordo com as Plataformas de Coleta de Dados Ambientais (PCD’s) instaladas nas escolas municipais Almirante Tamandaré e Luiz Feitosa Rodrigues, foi de 60 milímetros.

Instalados em abril de 2015, os PCD’s são integrados diretamente com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), órgão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação que tem por objetivo desenvolver, testar e implementar um sistema de previsão de ocorrência de desastres naturais em áreas suscetíveis de todo o Brasil.

A Gerência de Defesa Civil de Corumbá informou que nenhum alerta de chuva forte ou ventania havia sido emitido para Corumbá na quinta-feira, o que dificultou a realização de possíveis ações preventivas. O Corpo de Bombeiros recebeu 22 chamadas até às 09h30, informando sobre alagamentos e quedas de árvores em vários pontos da cidade.

De acordo com a Fundação Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de Corumbá (Procon), pelo menos 7 mil famílias ficaram sem luz elétrica desde a madrugada.

Diversas árvores caíram com a força das rajadas. Uma estimativa inicial apontou que são pelo menos três quedas por quadra. Foram removidas, inicialmente, as que estão impedindo o fluxo de veículos e pedestres nas vias de maior trânsito. A ação deve continuar durante todo o dia.