A professora Glenda Melo, de 44 anos, recebeu a primeira dose da vacina Pfizer, contra a covid-19, na manhã deste sábado (26), em Coxim. A imunização foi um misto de sentimentos com picos de alívio e alegria com choro e revolta ao lembrar da morte de sua avó, Dona Becholina Vieira de Melo, que foi vítima da doença.
Aos 93 anos, dona Filhinha, como era conhecida na comunidade e Vólita para a família, morreu no dia 17 de janeiro deste ano. Curiosamente, a data é a que antecede o início da imunização em Mato Grosso do Sul, que passou a ser no dia 18 de janeiro.
Para receber a vacina, Glenda não esqueceu da sua avó e levou consigo uma foto da Vólita. “Essa é a minha revolta. A minha avó era saudável, independente, fazia tudo sozinha apesar da idade avançada. Não era para ter ido embora assim, sem ter a chance de ser vacinada”, contou a professora ao site Edição MS.
Ela também fez duras críticas ao governo de Jair Bolsonaro, que na visão dela não está sabendo realizar o enfrentamento da pandemia da covid-19. Glenda ainda fez questão de ressaltar os e-mails da Pfizer que foram enviados ao governo, revelados na CPI da Covid.
“Ele recebeu dezenas de e-mails, os fabricantes oferecendo as vacinas e ele fazendo pouco caso. Se o Brasil tivesse começado a vacinar antes, como aconteceu em outros países, minha vó estaria imunizada quando foi infectada pelo vírus”, acredita Glenda, que vestia uma camiseta com a frase: “Bora estudar, porque de burro basta o presidente”.