O professor e ex-diretor de uma escola da rede municipal de ensino de Nova Andradina, Marcos Eduardo Carneiro, foi denunciado ao MPE (Ministério Público Estadual) por assédio sexual, favorecimento à prostituição de adolescente e importunação sexual, segundo o site Jornal da Nova.
Marcos está afastado de suas funções em virtude de medidas cautelares e não pode ter acesso ou frequentar qualquer escola pública do município; nem manter contato com as vítimas e seus familiares, quer seja de forma pessoal, telefone celular, mensagens SMS ou aplicativos, e deve se manter em casa das 19h às 5h, inclusive em dias de folga, feriados e fins de semana.
Os casos
Segundo o site, em 2020, o professor e então diretor teria feito um comentário em uma postagem de uma aluna no Facebook, provocando constrangimento da menor, a fim de obter vantagem ou favorecimento sexual.
Ele elogiou, dizendo: “Você está muito bonita, nossa você não parece ter a idade que tem, com esse corpo pensei que fosse mais velha” e, além disso, perguntou sobre a idade dela e com quem morava, ao que a menina respondeu que tinha apenas 14 anos.
Mas os assédios não ficaram "apenas" no campo das mensagens de aplicativos, quando ele a via no ambiente escolar, olhava para a aluna de forma lasciva, provocando desconforto na adolescente.
Como se não bastasse, em conversas, ele a questionou sobre as perspectivas de futuro, e ela afirmou que pretendia fazer um curso profissionalizante. Aproveitando a oportunidade, ele disse à garota que, caso ela saísse com ele à noite, ele faria o pagamento dos custos do curso.
Ele também chegopu a pedir que ela não contasse sobre a proposta a outras pessoas, já que ela era menor de idade e, assim, para manter tudo "no sigilo", o encontro teria que ser em local ermo, conforme o Jornal da Nova conta.
Em relação a outra adolescente, ele teria tocado nas costas dela, feito gestos obscenos e dito que na escola ele era o diretor, mas ali ele era o Marcos.
A segunda adolescente contou que chegou a ser perseguida pelo acusado em vários locais, incluindo as dependências de um clube.
No terceiro caso, após dar carona a duas adolescentes, ao final de uma festa, ele teria oferecido R$ 200 para que as garotas "ficassem" com ele, mas elas se negaram.
Desta forma, o MPE, levando em conta a materialidade do caso, denunciou Marcos por assédio sexual, favorecimento à prostituição de adolescente e importunação sexual.
Absolvido no PAD
Apesar de o caso ser farto em materialidade, a ponto de ensejar denúncia do MPE, no PAD (Processo administrativo Disciplinar) aberto no âmbito administrativo, o professor foi absolvido por - pasmem - falta de provas.
Ainda assim, perdeu o cargo de diretor da escola e recebeu suspensão de 90 dias.