Os quatro policiais militares do DOF (Departamento de Operações de Fronteira), que abordaram dois jovens antes deles desapareceram, em Ponta Porã, foram ouvidos no IPM ( Inquérito Policial Militar) aberto pelo departamento. O chefe do DOF, coronel Kleber Haddad Lane, disse que o esclarecimento do caso será 'uma questão de honra' para a corporação.
Conforme a assessoria do DOF, o conteúdo das declarações para o inquérito policial militar é sigiloso. No entanto, conforme o comandante, Kléber Haddad, informalmente, ou seja, antes de serem ouvidos na investigação interna, os policiais comentaram que liberaram irmãos Rodney Campos dos Santos, 27, e Edney Bruno Ortiz Amorim, 20 abordados em frente a um posto de gasolina, na saída de Ponta Porã para Antônio João, na tarde do dia 12 de agosto.
O prazo para conclusão do inquérito, segundo o DOF, é de 30 dias.
(Irmãos desapareceram após serem abordados por homens do DOF - Foto: Reprodução)
Mais investigação
Até o momento, os policiais afastados na fronteira ainda não prestaram depoimento à DEH (Delegacia Especializada em Homicídios) em Campo Grande. A transferência do caso, de Ponta Porã para Campo Grande foi uma ordem expressa do secretário de Segurança Pública, José Carlos Barbosa.
O delegado titular, Márcio Obara, já ouviu familiares dos irmãos, mas não deu detalhes do caso. Ele e uma equipe passaram dias em Ponta Porã para aprofundar as investigações.
(Comandante do DOF diz que caso é 'questão de honra')
Questão de honra
Lane disse à imprensa que a solução deste caso é uma 'questão de honra e justiça' para o DOF. O coronel contou a versão informal dada pelos policiais que abordaram os irmãos em Ponta Porã. No relato dos PM's, houve uma abordagem a dupla, no entanto, o ponto da abordagem era ruim para a comunicação, por isso, os militares os levaram para outro ponto.
Ainda na versão dos policiais afastados, não havia nada contra os rapazes, e diante de uma outra ocorrência, liberaram os suspeitos. Haddad destaca que os jovens desaparecidos não foram presos nem detidos, e sim abordados e liberados.
De acordo com o DOF, os militares estão em atividades internas.
Silêncio
O secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, não quis falar sobre o caso. A assessoria da Sejusp disse que o titular da pasta não vai tecer comentários e que é preciso aguardar o andamento das investigações, tanto a conduzida pelo DOF, quanto pela Polícia Civil em Ponta Porã e Campo Grande.