A Polícia Federal apura se a morte do indígena, Alex Recarte Vasques Lopes, 18 anos, tem a ver com a disputa de terras, na região de Coronel Sapucaia. O corpo dele foi achado com marcas de tiros, no dia 21 de maio, no lado paraguaio da fronteira.
A assessoria da PF destacou que enviou três equipes de policiais – sendo duas da delegacia de Ponta Porã e uma de Naviraí - para Amambai. Nessa cidade, os indígenas invadiram uma fazenda, em protesto contra o assassinato. A PF também foi para Coronel Sapucaia, colher evidências e ouvir testemunhas.
A corporação destaca que já foi instaurado notícia crime em verificação, instrumento usado para apurar se há relação entre o homicídio e disputa por territórios ou que atinja a comunidade indígena como um todo. Neste caso, a competência para processar e julgar o caso seria da Justiça Federal.
O caso
O corpo de Alex foi achado na manhã de sábado (21), pela Polícia do Departamento de Amambay. Os agentes receberam uma ligação anônima, dando conta do achado do cadáver, perto da linha de fronteira e do Aeroporto Municipal de Capitán Bado.
A vítima não portava documentação e a identificação só veio horas depois. Ele tinha ao menos cinco ferimentos por arma de fogo.
Invasões
Alex era da etnia Guarani-Kaiowá, segundo o Conselho Indigenista Missionário, o CIMI. No dia seguinte ao crime, nativos da reserva indígena Taquaperi, invadiram a fazenda onde acreditam que o assassinato teria ocorrido.
Ainda conforme o CIMI, relatos de lideranças da comunidade, dão conta que, no sábado, Alex teria deixado a reserva Taquaperi, onde morava, junto a dois outros jovens da mesma etnia. Eles iriam buscar lenha numa área do entorno da terra indígena, sendo que o crime ocorreu lá e o corpo levado depois para o lado paraguaio, distante cerca de 10 Km.