Praças da Polícia Militar em Bonito fizeram uma série de denúncias contra alguns oficiais que comandam pelotões e até o comando da corporação na cidade. Entre as queixas estão a perseguição e a prestação de serviços particulares para os superiores.
‘’O capitão [nome preservado] é o subcomandante na cidade, uma pessoa de muita falta de educação com vários policiais. Muitas das vezes parece que está tratando o PM como o filho dele ou um pilantra de rua. Grita, ameaça, xinga e persegue quando não tem o que quer’’, disse um denunciante. Outra reclamação é mais grave e fala na prestação de serviços particulares, com uso do patrimônio público.
‘’...quase todos os dias, mandando equipes fazer coisas particulares, como ir à contabilidade, levar documentos de cunho pessoal, ir a lojas, usando e tirando a viatura do serviço policial e até mesmo tirando policiais da escala’’, disse o militar ressaltando que quem se recusa vira alvo de perseguições.
Outra situação que causou estranheza, dizem os subordinados, foi a presença do filho do comandante em uma instrução de tiro com fuzil, ocorrida em setembro de 2019.
‘’...é menor de idade e por ser adolescente nem estar em local de instrução militar, onde acontecia treinamento especializado. Porém, como é filho do capitão, ficou por isso mesmo’’, refletiu o praça.
Os denunciantes enviaram vídeos, gravados provavelmente com um celular e escondidos. No entanto, as imagens mostram apenas a chegada e saída de viaturas do Instituto Mirim e de uma borracharia.
Em outra matéria, o TopMídiaNews mostrou a reclamação contra uma tenente da PM. No caso dela, a maior queixa é de assédio e palavras chulas com os subordinados. Para ver a matéria, clique aqui
Resposta
Procurada, a Polícia Militar de MS informou que já possui conhecimento das denúncias citadas e que ''estão sendo apurados por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), o qual encontra-se dentro do prazo legal para sua conclusão. Apenas após o término dos autos as medidas administrativas serão adotadas''.
Todas as denúncias só vieram à tona após o trabalho da PM em Bonito e Bodoquena ser questionado, em razão de um vídeo onde um oficial agride uma mulher sentada e algemada. O caso ganhou repercussão e encorajou praças a denunciarem oficiais.