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Interior

19/02/2022 11:30

Mãe abafa estupros do cunhado na filha por cinco anos e pai consegue guarda após denúncia em MS

A denúncia chegou até a Polícia Civil através do registro feito pela conselheira tutelar, que havia recebido a denúncia anônima

Uma denúncia anônima levou uma conselheira tutelar a descobrir um estupro envolvendo uma criança, hoje com 12 anos, e o caso ganhou repercussão nos últimos dias. A mãe, 46 anos, era acusada de acobertar os abusos sexuais que eram cometidos pelo cunhado, 28 anos, há pelo menos três anos em Sidrolândia.

Segundo apurado pelo TopMídiaNews, os abusos começaram quando a menina ainda tinha seis anos, meados de 2015. Os documentos com depoimentos, relatos e decisão foram obtidos pela reportagem.

Em depoimento especial para a delegacia da cidade, cinco anos mais tarde, a criança explicou que naquela época os primeiros sinais de abuso começaram quando o suspeito disse que faria uma brincadeira, enquanto ela assistia televisão em sua casa e que ela não podia contar para ninguém sobre isso.

Ao concordar com a situação, a menina viu o autor levantar a sua camisola e ficar olhando para seu corpo. Percebendo que a mãe estava chegando na casa, rapidamente o autor vestiu a criança, o que teria deixado a vítima em estado de choque.

Passados dois anos dos primeiros sinais de estupro, a criança já com 8 anos relatou que o suspeito passava a mão no corpo dela, em suas partes íntimas e também fazia sexo oral nela. Há também o relato de quando a vítima ia tomar banho, o rapaz tentava olhar por debaixo da porta.

Todas as ações do autor vinham com uma ameaça. Segundo a vítima, ele dizia que se ela contasse para alguém, iria bater nela, na sua mãe e na esposa que convivia na casa também. A situação piorou quando a vítima, naquela altura com 11 anos, teria sido forçada a fazer sexo anal com o suspeito, mas que a ação foi interrompida devido aos gritos de dor que a menina sentia.

Caso abafado pela mãe

No ano de 2020, a filha decidiu contar sobre os abusos que sofria para a mãe. Porém, a genitora disse que não iria denunciar o seu cunhado e proibindo que a menina espalhasse a notícia para outras pessoas.

A justificativa da mãe para a filha era que não poderia denunciar seu cunhado, pois ele era casado com sua irmã e tinha filhos com ela e que, na época, a sua irmã estava grávida e a criança não poderia crescer sem o pai ao lado.

Naquele mesmo ano, o Conselho Tutelar passou a intervir no caso após receber uma denúncia anônima. No início do processo, os envolvidos foram ouvidos, principalmente a criança, que havia dito que contou todos os detalhes para a mãe. Contudo, a genitora em conversa com uma conselheira mandou ela cuidar da própria vida.

A denúncia chegou até a Polícia Civil através do registro feito pela própria conselheira tutelar, que havia discutido com a mãe da menina.

Dois anos sem ver o pai e guarda provisória

Sem ver o pai há dois anos, ela decidiu passar as férias do ano passado na casa dele, em Dourados. Aproveitando a estadia, a criança decidiu contar todos os detalhes dos abusos e estupros que haviam cometidos pelo suspeito para a sua madrasta, que rapidamente contou para o pai dela.

Após saber dos fatos, o pai decidiu não mandar a menina de volta para Sidrolândia. Em outras oportunidades, quando voltou para a cidade natural já com a mãe casada com outra pessoa, a menina voltou a contar que o suspeito tentava abusar dela usando força.

Quando deu o depoimento para a polícia, a menina frisou que gostaria de morar com seu pai, em Dourados.

Com isso, o pai decidiu entrar com um pedido para garantir a guarda da filha em definitivo. A ação foi movida no MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que se mostrou favorável ao pedido de tutela de urgência da guarda provisória ao genitor da criança.

No último dia 10 de fevereiro, a 2° Vara Cível de Sidrolândia emitiu o termo que concedia a guarda provisória ao pai.

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