O indígena Vitorino Sanches, 60 anos, foi baleado, em uma emboscada, por volta das 11h, desta segunda-feira (1º), em Amambai, a 351 Km de Campo Grande. O crime ocorre na entrada da aldeia Guapo’y,  área alvo disputa por terras, entre produtores rurais e a comunidade indígena. 

Conforme o boletim de ocorrência, o caso foi registrado às 11h27. De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sanches estava em uma caminhonete Hilux, quando foi alvo de dois disparos. 

''Pedimos justiça, segurança e investigação federal com urgência. Chega de matar nós Guarani-Kaiowa. Pedimos proteção'', diz texto no Facebook. 

Ainda segundo o reporte da entidade, a Hilux teria sido atingida por 15 tiros e Sanches estaria internado no Hospital Regional de Amambai, com risco de morte. Ainda não há informações sobre suspeitos pelo ataque. Imagens mostram como ficou o veículo da vítima após o atentado. 

A Polícia Civil esteve no local e o caso foi registrado como homicídio simples na forma tentada, na Delegacia de Polícia de Amambai. 

Vitorino já foi candidato a vereador em Amambai. (Foto: Reprodução Facebook)

Eleições

O crime ocorreu um dia depois que membros da Aldeia Amambai escolheram o novo Capitão, que é uma espécie de líder político da comunidade. Segundo a Polícia Federal, a corporação é que fez a segurança da eleição, em razão do clima de tensão que domina a área. 

Ainda segundo a PF, o objetivo maior foi garantir que cada membro pudesse exercer o direito ao voto, sem ameaças ou influências de terceiros. A polícia calcula que, ao menos 4,5 mil índios tiveram poder de voto no pleito. 

A segurança da eleição também foi feita pela Força Nacional de Segurança; Polícia Civil e Polícia Militar. 

Tensão 

O confronto entre indígenas e policiais militares ocorreu no dia 24 de junho, nas proximidades de uma fazenda, ocupada pelos nativos e que é alvo de disputa judicial. Na ocasião, Vito Fernandes, 42 anos, morreu baleado pelos militares.

Na mesma ocorrência, três policiais do Batalhão de Choque foram atingidos por disparos feitos pelos indígenas, mas tiveram ferimentos leves. A Secretaria de Segurança Pública de MS alegou que a PM foi atender ocorrência de ameaça e cárcere privado no local, quando os militares foram atacados.