Sabe aquela sensação de que muitos irão aproveitar cargos e poder para entrar na frente e serem imunizados antes de quem mais precisa? Em Mato Grosso do Sul, o prefeito de Nioaque, Valdir Couto de Souza Júnior (PSDB), foi o primeiro a ser denunciado por ‘furar a fila’ do grupo prioritário e se vacinar contra o coronavírus na frente.
O gestor da cidade, de 37 anos, pode ser investigado pelo Ministério Público do Estado pelo ‘mal feito’ durante o início da campanha em uma aldeia indígena de Nioaque.
Procurado pelo TopMídiaNews, o prefeito respondeu através de nota e justificou que tomou a vacina como forma de incentivar os indígenas a se imunizarem. Ele, que é cirurgião dentista, disse ainda que atua na linha de frente na pandemia. Nioaque teve dez mortes pelo coronavírus e 484 infectados.
Nesta semana houve denúncias de que, em Manaus, duas médicas, filhas de um empresário, foram nomeadas pela Prefeitura em 18 de janeiro só para furar a fila e receber a vacina. O filho de um ex-deputado da cidade também foi nomeado para se imunizar e causou revolta na população.
Veja a nota do prefeito na íntegra
“O prefeito de Nioaque, Dr. Valdir Júnior, vem a público informar que tomou a vacina contra a Covid-19 no último dia 19 de janeiro, na Aldeia Brejão, a pedido dos caciques da comunidade indígena e de técnicos da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) com objetivo de incentivar a vacinação no povoado, que estava resistente à imunização, e mostrar que a vacina não oferece riscos de saúde. No mesmo dia em que o prefeito foi vacinado, apenas 69 indígenas aceitaram receber o antivírus.
Valdir Júnior reforça que é profissional da área da Saúde, atua na linha de frente da pandemia e, ainda, é membro da Coordenação de Vigilância Sanitária do município de Nioaque, conforme mostra o Decreto 006/PROCJUR/2020 publicado em Diário Oficial.”
Nioaque, 21 de janeiro de 2021