Sobrevivente do crime de feminicídio que terminou com a morte de duas mulheres, tia e sobrinha, no dia 6 de março, em Três Lagoas, relatou os momentos de terror vividos durante o crime.
Em entrevista ao jornal RCN 67, a jovem contou que estava comemorando o aniversário de 20 anos junto com as amigas, entre elas, Mariana Cristina, uma das vítimas do ataque.
“A ficha ainda não caiu, ela era minha melhor amiga”, diz emocionada a jovem ao lembrar as cenas do crime.
A menina relatou, ainda que não pretendia sair de casa no dia do ocorrido, uma vez que havia amanhecido em outra festa. Entretanto, por insistência das amigas, decidiu fazer um almoço e, em seguida, foram para casa da tia de Mariana, Crislaine Célia, outra vítima do acusado, onde o crime aconteceu.
No dia do assassinato, as meninas estavam sentadas na sala do apartamento de Crislaine, quando José, ex-marido da mulher, passou entre os blocos.
Porém, nenhuma delas se importaram com a presença dele, uma vez que ele sempre vivia seguindo os passos da ex-mulher. No momento do crime, estavam no apartamento as duas vítimas, cinco jovens e algumas crianças, incluindo a filha do casal, de 4 anos.
“Nós não nos importamos com ele nos vigiando pois isso era normal, mas de repente ela apareceu no meio da roda e sacou um revólver. Só vi a Cris pegando a filha de quatro anos e correndo para dentro do apartamento em vão”, relembrou a sobrevivente.
Após atirar contra as mulheres, José correu atrás da jovem, pois ele acreditava que ela era quem influenciava Crislaine a sair e se divertir.
“Ele ainda correu atrás de mim, nisso a Mari correu para outro canto e, novamente ouvi mais disparos”, relatou a jovem.
Embora tenha sobrevivido, contou que carregará o trauma por toda a vida. “Estou com muito medo, não consigo dormir a noite, e desejo que ele apodreça na cadeia”, desabafou.
O crime
O casal estava separado e, após ele desconfiar de uma suposta traição, foi até a residência da mulher, Crislaine da Silva Martins, efetuando dois disparos contra ela, que atingiram a região da cabeça. A vítima morreu na hora.
A 20 metros da cena do crime, a sobrinha dela, Mariane Cristiana Martins Fonseca também foi morta pelo suspeito.
A Polícia foi acionada e, quando o acusado viu a chegada da Polícia, apontou a arma para a cabeça, tentando se matar. Entretanto, a arma falhou e, na intenção de evitar sua morte, os militares deram um tiro na mão do homem, que acabou preso.