Em Corumbá, terra onde foi realizado o Carnaval mais caro de Mato Grosso do Sul (leia aqui), ainda não há previsão de reajuste salarial para este ano. Conforme sindicalistas, a crise passou longe da festança, mas é usada como para-raio na hora de dialogar com os servidores municipais.
O presidente do SIMCOR (Sindicato Municipal dos Servidores e Funcionários do Município de Corumbá), Jorge da Mota Vilalva, informou que até o momento ainda não se reuniu com o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha, do PSDB, para discutir sobre o reajuste aos servidores municipais, cuja a data base vence em maio.
Segundo Vilalva, inicialmente, a categoria deve pedir explicação sobre o gasto 'astronômico' com o Carnaval de Corumbá. "Nós queremos uma explicação, ele fala que quer economizar e tem esse gasto".
O presidente ainda pontuou que o prefeito, até o momento, não atendeu a categoria. "Mas estávamos esperando passar o Carnaval, e a partir de agora vamos ter uma proposta sobre o índice de reajuste e vamos agendar uma reunião com o prefeito".
Em 2016, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Duarte, a categoria recebeu um reajuste parcelado, de 9,39%, sendo a primeira parcela com reajuste de 6% pago em maio e os outros 3,39%, sendo repassado em outubro. Na época, o ex-secretário de Gestão Pública, Luiz Henrique Maia de Paula, justificou que o reajuste teria que obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal, a qual permitia o índice concedido.
Agora, a classe espera que esse índice seja superior aos 9,39% concedido em 2016. "Esperamos que índice seja maior ao do ano passado", explica.
Polêmica
Segundo publicação no site do município, a Prefeitura de Corumbá gastou para o Carnaval de 2017, R$ 3,1 milhões, com a contratação de três shows nacionais e painéis de LED que estiveram distribuídos ao longo do circuito da festa. Durante coletiva de imprensa na semana passada, o prefeito afirmou que economizou R$ 216,9 mil em relação à 2016, que foi de R$ 3,3 milhões.
Ruiter ainda afirmou que mesmo com a redução de custos, afirmou que por contratar três shows nacionais, sendo as bandas Cheiro do Amor, Batuque Digital e o show gospel Anderson Freire para agradar o público.
“Com R$ 216.911 mil a menos na conta do Carnaval, este ano conseguimos oferecer mais atrativos aos foliões. E, se formos somar esta economia com o valor dos shows, estaríamos falando em R$ 586.011 economizados neste evento”, ressaltou.
Na ocasião, Ruiter ainda afirmou que não descartou a possibilidade de solicitar à Secretaria Especial de Transparência e Controle Interno (antiga Controladoria Geral do Município) uma auditoria nos contratos do Carnaval 2016, sobretudo nos três itens citados. “Fizemos um carnaval com muito mais atrativos e com menos investimento. Por isso, não temos problema em confrontar os números e averiguar o porquê de valores tão altos na estrutura da festa um ano atrás”, reforçou.
Sobre a negociação salarial
O TopMídiaNews encontrou em contato com a prefeitura de Corumbá para buscar informações sobre o índice de reajuste que pode ser concedido, mas até o momento, não obteve retorno.
E ainda entrou em contato com o SIMTED (Sindicato dos Trabalhadores de Educação de Corumbá), mas a representante estava em uma agenda pessoal e até o momento, também não obtivemos respostas.