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Pantanal

há 1 semana

Cheias mais curtas e perda de vegetação fazem Pantanal enfrentar pior seca da história

Superfície alagada do Pantanal tem diminuído significativamente, enquanto os períodos de seca, que favorecem a propagação de incêndios, se alongam

O Pantanal está enfrentando uma nova realidade marcada por períodos de cheias cada vez mais curtos e secas prolongadas. De acordo com o levantamento do MapBiomas, entre 1985 e 2023, a área alagada diminuiu significativamente, enquanto os períodos de seca se alongaram, aumentando riscos de incêndios no bioma.

Essa mudança tem resultado em uma série de consequências negativas, incluindo a perda de biodiversidade e deixando o bioma vulnerável a incêndios. De acordo com o estudo, entre 2019 e 2023, 5,8 milhões de hectares foram devastados pelo fogo, afetando especialmente áreas anteriormente alagadas. A expansão das pastagens exóticas e a conversão de áreas naturais em pastagem e agricultura também contribuem para essa problemática.

Em 2023, o Pantanal registrou 3,3 milhões de hectares de área alagada, o que representa uma redução de 38% em relação a 2018, o ano da última grande cheia. Essa área de alagamento era 22% menor do que a registrada em 1988, o primeiro ano da série histórica do MapBiomas. A redução foi ainda mais drástica em comparação com a média histórica, com uma diminuição de 61% nos volumes de água.

A pesquisa aponta que o uso intensivo da terra no planalto da BAP (Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai) é um dos principais fatores para a alteração da hidrografia pantaneira. No local, a conversão de áreas naturais em pastagem e agricultura avançou significativamente. Em 1985, o uso antrópico da terra na BAP correspondia a 22%, mas em 2023 esse índice subiu para 42%. Entre 1985 e 2023, foram convertidos 5,4 milhões de hectares para pastagem e agricultura, afetando áreas de floresta e savanas.

Na planície pantaneira, a perda de vegetação natural também tem aumentado, com 1,8 milhão de hectares destruídos entre 1985 e 2023. A expansão das pastagens exóticas, que passou de 700 mil hectares para 2,4 milhões de hectares, é um reflexo dessa transformação. Embora o aumento da pastagem na planície tenha ocorrido mais intensamente nos últimos 23 anos, grande parte dessas áreas apresenta baixo vigor vegetativo.
 

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