Bruno da Rocha, assassino confesso do sargento aposentado do Exército Brasileiro, Paulo Settervall, em 14 de abril de 2019, em Bonito, foi condenado a 14 anos de prisão. O julgamento foi concluído nesta sexta-feira, no Fórum da cidade turística.
A condenação se deu pelo Tribunal do Júri e a pena foi aplicada pelo juiz de Direito Raul Ignatius Nogueira.
Os jurados refutaram a versão da defesa de Bruno, que disseram que o réu cometeu o crime sob violenta emoção, pois havia sido ofendido pela vítima. O réu foi beneficiado pela confissão do crime, o que reduziu a pena de 17 para os 14 anos definitivos.
Bruno, que está preso desde o dia do crime, vai continuar encarcerado caso queira recorrer. O juiz Raul Ignatius não condenou Bruno a pagar as custas do processo, visto que os advogados o defenderam gratuitamente e ele não teria dinheiro para arcar com as despesas.
Na véspera do julgamento, a viúva de Paulo, Elaine Settervall, pediu a pena máxima para o criminoso, que classificou como ‘’covarde’’. No entanto, disse que mesmo uma pena perpétua não tiraria a dor que ela sente desde o dia do crime.
O crime
Paulo e a família estavam a passeio em Bonito quando ele decidiu sair para a frente do hotel e fumar um cigarro. Bruno passava de bicicleta e o abordou, pedindo um cigarro. Ao ter o pedido recusado, o criminoso seguiu com a bicicleta por alguns metros e voltou a pé. Ainda segundo o processo, ele atacou Setterval por trás com uma facada no tórax e fugiu.
Segundo a investigação, horas antes do crime, Bruno brigou com a ex-mulher e tentou atacá-la. No entanto, foi contido e apanhou do ex-cunhado. Ainda segundo o Ministério Público, ele deixou o local, pegou uma faca e voltou para a casa da ex. Porém, a Polícia Militar estava no local e ele correu.
Na sequência do depoimento, Bruno disse que voltou para a casa da mãe dele, pegou mais duas facas e saiu à procura do ex-cunhado, quando abordou o militar. Ele alegou que já estava transtornado pela briga com a ex-mulher e que ficou mais nervoso porque Paulo, ao negar o cigarro, teria lhe chamado de ‘’trombadinha’’.
Na denúncia, Bruno da Rocha confessa que chegou por trás do militar e disse: ‘’olha aqui o trombadinha’’. Ele acrescentou que não teve intenção de matar, até porque usava uma faca de serra. Depois do crime ele queimou as roupas que usava na ocasião do assassinato e se escondeu em um matagal.
Bruno foi denunciado por homicídio qualificado por motivo fútil (cigarro) e por dificultar a reação da vítima, ao atacá-la por trás e sorrateiramente.