terça, 14 de janeiro de 2025

Busca

terça, 14 de janeiro de 2025

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp Top Mídia News
Operação Tempestade

há 11 horas

Acusados que culparam 'chuva' por destruição de provas são condenados à prisão e multa

Sentença pune réus por desvio de dinheiro público, por meio de licitações fraudulentas e pagamentos ilegais, em um esquema investigado desde 2015

Em uma decisão histórica, a 1ª Vara da Comarca de Camapuã condenou sete réus envolvidos em um esquema de corrupção que abalou a administração pública local em 2015. Na época, alegou-se que provas haviam desaparecido devido aos efeitos de uma chuva, versão que não foi confirmada nas investigações. A sentença impôs uma pena total de 75 anos de prisão aos réus, além de uma reparação financeira no valor de R$ 4,6 milhões, abrangendo o ressarcimento ao município, ao estado, à coletividade e as multas aplicadas.

A decisão é fruto da Operação Tempestade, que investiga o sumiço de contratos na prefeitura de Camapuã, inicialmente atribuído à chuva, mas que, conforme apurado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Promotoria de Justiça local, revelou fraudes em licitações e pagamentos ilegais. O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) acusou os réus de envolvimento em organização criminosa, prorrogação indevida de contrato, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, crime de responsabilidade do prefeito e apropriação de bens públicos.

Dos dez denunciados, um faleceu durante o andamento do processo e um foi absolvido.

Quem foi condenado:

O ex-prefeito da época foi condenado por crimes de corrupção e organização criminosa, recebendo uma pena total de 10 anos e 2 meses de reclusão, além de multa. Ele também foi absolvido de algumas acusações, mas a gravidade dos crimes restantes resultou em uma pena severa.

A ex-secretária de administração foi condenada por diversos crimes, incluindo peculato e corrupção ativa, totalizando 9 anos e 2 meses de reclusão, além de multa. A pena inclui a reparação dos danos causados ao erário municipal.

O ex-diretor de obras recebeu uma pena de 2 anos e 4 meses de detenção por crimes relacionados a licitações públicas. Sua pena foi substituída por restritivas de direitos, como prestação de serviços à comunidade.

O ex-tesoureiro foi apenado a 10 anos, 5 meses e 10 dias de reclusão por crimes de corrupção e organização criminosa. Ele também deverá pagar multa e reparar os danos causados ao município.

A ex-diretora financeira foi condenada a 12 anos e 6 meses de reclusão por peculato e corrupção ativa, além de multa. Sua pena inclui a reparação dos danos materiais e morais causados à coletividade.

Um ex-vereador recebeu uma pena de 10 anos, 3 meses e 20 dias de reclusão por diversos crimes, incluindo peculato e organização criminosa. Ele também deverá pagar multa e reparar os danos causados.

O ex-presidente da comissão de licitação foi condenado a 13 anos e 4 meses de reclusão por peculato e corrupção ativa. Sua pena inclui a reparação dos danos causados ao erário municipal.

A ex-assessora jurídica recebeu uma pena de 6 anos e 10 meses de reclusão por peculato e organização criminosa. Ela também deverá pagar multa e reparar os danos causados.

Além das penas de reclusão e detenção, todos os condenados deverão reparar os danos materiais e morais causados ao município de Camapuã, conforme a sentença. A decisão também prevê a perda de cargos públicos e a suspensão dos direitos políticos dos réus enquanto perdurarem os efeitos da condenação.

Os valores das reparações foram detalhados da seguinte forma:

Valores destinados ao Município de Camapuã/MS:

R$ 909.370,00
R$ 220.560,00
R$ 100.677,00
R$ 335.656,47
Total: R$ 1.566.263,47

Valores destinados à coletividade dos munícipes camapuanenses:

R$ 3.000.000,00

Multa prevista na Lei de Licitações nº 8.666/93:

R$ 55.083,88

Os réus poderão recorrer da sentença em liberdade, mas deverão informar seus endereços atuais para futuras intimações.

Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias