Morreu, na madrugada desta quarta-feira (17), o desembargador Antônio Carlos Malheiros, um dos mais respeitados do Tribunal de Justiça de São Paulo, vítima de câncer. As informações são do ConJur.
O corpo será cremado às 17h, no Crematório da Vila Alpina. O tribunal informa que as mensagens de condolências podem ser encaminhadas para a família pelo e-mail chrismotta0106@gmail.com.
Formado pela Faculdade de Direito da USP, Malheiros foi escolhido desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo pelo quinto constitucional. Na carreira acadêmica, era professor em direito na própria PUC-SP e na Faculdade Rio Branco, na Lapa.
"Malheiros era a mais eloquente expressão da bondade e da generosidade. Ajudou associações de travestis quando a AIDS matava a rodo, Doutor da Alegria, animava crianças internadas em hospitais da periferia. Deixa um legado de amor ao próximo. Ajudou perseguidos pela ditadura. Era o homem do diálogo com todos no TJ-SP. Ele parte num momento de muita intolerância, mas seu legado, os valores que ele sempre cultuou, hão de iluminar os caminhos de muitas gerações. Descansa em paz amigo!", disse o advogado Alberto Toron.
O desembargador ficou muito conhecido pelo trabalho voluntário. Em reportagem do Estadão de 2010, ele contou que, quando começou a ler histórias para as crianças nos hospitais, foi advertido pelas enfermeiras. Disseram que ele lia Peter Pan "como se pronunciasse votos num julgamento". "Terminei a primeira história, olhei para a criança e vi cara de choro. Pensei: "não vai dar certo"", afirmou.
"Mas as crianças se estouraram de rir quando, sem querer, chutei a mesa e derrubei uma montanha de bacias de metal. Foi assim, desajeitado, que percebi que era preciso naturalidade. Com as crianças, aprendemos a simplificar."