Figura importante no cenário cultural, Roberto Figueiredo, 62 anos, mais conhecido como Beto, encontrado morto na manhã desta sexta-feira (13), era bastante conhecido pelo trabalho em prol da arte em Campo Grande. Professor universitário, durante décadas atuou no teatro, docência e cultura na capital.

Beto Figueiredo era professor da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), onde atuou por 39 anos. Na universidade, ele era responsável para área de Cultura e Arte, ligada à Pró-Reitoria de Pastoral e Assuntos Comunitários, além de diretor do grupo teatral Senta que o Leão é Manso.

Em sua trajetória, o docente também ocupou cargos públicos importantes em Campo Grande. Na gestão de Nelsinho Trad, ele foi nomeado diretor da Fundação de Cultura. Já na administração de Adriane Lopes, ele assumiu a superintendência de Cultura em Campo Grande, cargo que ocupou até abril deste ano.

Beto também foi membro do Conselho de Proteção ao Patrimônio Histórico da Capital, como representante dos membros não governamentais. Ele também era um dos representantes docentes do Conselho Universitário (Consu) da UCDB.

Sob sua coordenação, milhares de acadêmicos se formaram no teatro, com o grupo Senta que o Leão é Manso, na dança, com o Ararazul, e na música, com os grupos de Corda, Aves Pantaneiras e Coral UCDB.

Latrocínio

O professor universitário foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira (13), teria sido assassinado a pauladas e esfaqueado no pescoço. O caso é apurado como latrocínio.

Ele foi encontrado pela irmã da vítima, na casa onde ele morava, na Rua Bárbara de Paula Ribeiro, no bairro Altos do São Francisco, em Campo Grande.  

O corpo estava na sala, ensanguentado e já rígido, o que sugere que o crime teria sido cometido na noite desta quinta-feira (12). Nesta manhã, ao encontrar o irmão morto, a irmã ficou desesperada e acionou a Polícia Militar.

Beto morava sozinho, mas a irmã tinha o controle do portão. Ela o teria procurado para realizarem uma viagem a São Paulo, onde assistiriam juntos a um show de Caetano Veloso e Maria Betânia.

Um veículo Renegade preto, um celular, uma carteira e uma televisão foram roubados da casa. O carro foi visto por último na região da Avenida Gury Marques.

Segundo a delegada Thainá Borges, o crime aconteceu no interior da casa, que não tem sinal de arrombamento. A linha de investigação aponta para um possível caso amoroso com o autor, que teria sido levado para o local pela própria vítima e cometido o assassinato seguido do roubo.

Ainda conforme a delegada, é possível que o celular da vítima tenha sido levado justamente por conter mensagens e outras provas que poderiam levar a identificação do autor.

O local possui câmaras de videomonitoramento. As imagens foram coletadas e serão analisadas como parte das investigações.