Roaldo Rocha, ou simplesmente Dino Rocha como ficou conhecido, nascido em Juti, grande sanfoneiro e um dos responsáveis por tornar Mato Grosso do Sul reconhecido no cenário nacional através do chamamé, se despede da vida e da música, mas deixa seu legado.
Com 68 anos, o sanfoneiro se despediu no último domingo (17), após ficar 17 dias internado. No velório realizado na tarde desta segunda-feira (18), no Cemitério Memorial Park, em Campo Grande, familiares e amigos prestaram homenagem ao instrumentista que tinha o jeito único de fazer a “sanfona chorar”.
Para a Secretária de Cultura e Turismo, Laura Miranda, Dino deixa seu legado como um desbravador de horizontes. “Legado grande não só no Estado, no país, muitas referências nacionais falam a respeito dele, músicos como Zezé di Camargo, Bruno e Marrone, o próprio Almir. Então assim, ele é a cara de Mato Grosso do Sul desbravando horizontes no mundo”, ressaltou.
Laura lamentou pela perda e relembrou o jeito ímpar de Dino tocar o instrumento, e disse que ele estará eternizado através das suas obras.
“É um pouco da história que se vai, mas que graças à arte e a cultura a gente consegue eternizar nas suas obras. Dino tinha um jeito único de tocar, os instrumentistas sabem do que estou falando, que ele criou o jeito de tocar acordeon, e mais do que isso, ele trouxe as referências do chamamé para Mato Grosso do Sul. Que poucos conseguiram e que muitos hoje tentam imitar e seguir o mesmo caminho que Dino Rocha traçou”, finaliza.
Evânio Vargas Padilha, ou mais conhecido como Guarany, lembrou os tempos de infância e a importância de Dino na sua formação musical.
“Referência para todos nós que iniciamos a nossa música quando nós pensávamos em tocar acordeon, foi o meu caso, eu tinha 13 anos, começamos aprender acordeom foi ouvindo os discos de vinil do Dino Rocha. Então quer dizer a gente fica super emocionado e pensar que um cara com uma representatividade muito grande no Estado está nos deixando”, comentou.
Guarany reforça a importância e a força de Dino para as futuras gerações que pensam em trilhar o mesmo caminho. “O legado dele, ele está deixando, vários artistas, por exemplo tem um menino que está tocando acordeon ele tem 14 anos, a mãe dele deu o nome de Roaldo em homenagem ao Dino”
O músico ressalta que a música, em especial a sertaneja, vai ficando triste com tantas perdas. “Nossos ídolos vão partindo, ou seja, já perdemos o Zé Rico no sertanejo, perdemos recente também o Marciano. A música sertaneja vai ficando triste”, comenta.
Outro ícone da música no Estado, Delinha lamentou a perda e ressaltou que neste momento que a música clama por bons músicos, isso representa muita tristeza para os colegas, amigos e para a família, mas que Dino se despede deixando um legado e também uma semente plantada . “Mas ele deixa a sementinha que é o Maninho que vai continuar a carreira, que é o filho dele menor”.
Influenciada pelo instrumentista, Jackeline Sanfoneira também esteve no local e prestou sua última homenagem. “Muito triste, Dino foi um exemplo de pessoa, de música, ele deixou um legado muito grande no espaço sul mato-grossense, uma perda muito grande”, ressaltou.
Parceiro de Dino em diversas canções e composições, o músico Aurélio Miranda ressaltou que a ficha ainda não caiu, e que Dino se torna imortal pela sua criatividade e jeito único.
“Dino Rocha foi, é, e será, pois se tornou imortal através da sua criatividade, através do seu jeito de tocar acordeom que era único. Mestre exemplar. Todos os artistas nacionais tiravam o chapéu pra ele. Fico aqui, parece que a ficha não caiu ainda, fui ver o Dino ali no caixão e lembrei do passado, nós dois. É muito triste, não caiu a ficha ainda. É uma perda lamentável para todo esse Brasil, para todos os fãs da música chamamezeira que se vai além fronteiras”, finaliza.