Agarrada ao corpo do filho, Darlon Alves Lemos, 34 anos, a mãe Luzinete Alves Ribeiro pede justiça durante velório e fala da revolta de não ser avisada da morte e descobrir um dia depois por terceiros, na tarde deste domingo (23), em Campo Grande.
A mãe preferiu tratar o filho pelo gênero masculino, mas Darlon era travesti e tinha o nome social de Dandara Vick. Ele estava preso no Instituto Penal onde dividia cela com outros presos homossexuais.
Desavença entre colegas de cela terminou com a morte de Darlon na tarde de sábado (22). A revolta da mãe é não ter sido avisada no dia, e só descobrir no domingo depois que a morte foi anunciada pelos veículos de comunicação.
"Sou uma mãe que acabou de perder um filho, entreguei meu filho vivo dentro do Instituto Penal, me entregaram meu filho morto, não tiveram a capacidade de fazer uma ligação para comparecer no presídio. Eu soube pela boca de terceiros que saiu de visita de lá e me informou que meu filho estava morto", desesperou.
Luzinete ainda conta a reportagem que foi até o presídio, mas não deram informações adequadas. "Meu filho estava pagando o que ele fez, agora que outra mãe não sofra o que eu estou sofrendo", desabafou.
Assassinato
Segundo informações do boletim de ocorrência, o local onde o corpo foi encontrado era composto por três indivíduos, todos homossexuais. A vítima estava com os pés e as mãos amarrados, além de uma toalha no pescoço.
Na cela, também foram encontrados objetos pontiagudos que podem ter sido usados na luta corporal.
Durante o trabalho da Polícia Científica, manchas no pescoço indicaram que a morte do detento foi causada por asfixia.