Prestes a completar 4 anos, o pequeno Yago Souza Sodré de Noronha continua sendo muito querido pela população campo-grandense, que ‘vira e mexe’ aparece na casa dele, com presentes e mantimentos.
Responsável pelo neto desde a morte da filha, a avó Adriana de Souza, 48 anos, conta que Yago ganhou muitos presentes no final do ano e as pessoas continuam ajudando a família.
“Com a força de Deus estamos caminhando, ele tem o gênio da minha filha, lembra bastante ela no gênio, na aparência está a cara do pai. Temos ajuda de algumas pessoas até hoje, trazem fralda, leite. No final de ano veio bastante gente aqui entregar as coisas para ele, o Yago é muito querido, graças a Deus”.
Segundo a avó, o pequeno ganhou até uma madrinha. “O presidente de bairro arrumou uma madrinha para ele, a Dessirê, ela trouxe fralda, brinquedos. Ele ficou muito feliz, ela também deu um tapete que faltava para ele continuar fazendo as fisioterapias, isso ajudou muito. Ela também quis ser madrinha da minha outra netinha, a Esther, que também é especial, agora os dois têm uma madrinha”.
Sobre o desenvolvimento do neto, Adriana conta que a evolução de Yago impressiona. “Ele desenvolveu bastante, voltou para a Apae na semana passada, pessoal lá acha que ele desenvolveu bem. Ele está começando a falar, fala meio enrolado ainda, mas fala vovó, titia, papai. Ainda não anda sozinho porque não fixa o quadril, para sentar é mais difícil, mas ele está bem graças a Deus”.
Relembre o caso
Yago é fruto do amor de Eduardo de Noronha com a jovem Renata Sodré, que faleceu aos 22 anos, vítima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Ele é protagonista de um caso inédito em Campo Grande, já que Renata foi mantida em aparelhos até o parto, que aconteceu no dia 31 de março de 2017.
O prematuro chegou ao mundo se despedindo da mãe, que foi enterrada no dia do nascimento da criança. Com dois dias de vida, pesando 1 quilo e 50 gramas, o pequeno contraiu uma bactéria, deixando os familiares em pânico. Os médicos conseguiram estabilizar a situação do bebê, que continuou na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neo Natal da Santa Casa.
O pequeno passou por procedimento cirúrgico de correção da artéria que irriga o pulmão, devido a uma má formação. Com sol ou chuva, os familiares sempre estavam ao lado de Yago nos horários permitidos pela equipe médica.
Médicos, enfermeiros, técnicos e toda a equipe da Santa Casa se uniram e se dedicaram diariamente para a recuperação do prematuro. Um laço de amor e carinho foi criado entre os profissionais e o pequeno. Ao completar cinco meses de vida, ele foi transferido da UTI para a UI (Unidade Intermediária) ao atingir 1.685 kg e passou a ter, conforme o neurologista Walter Perez, um contato maior com a família, que começou a segurar por mais tempo o bebê nos braços.
Os profissionais começaram a se dedicar para que Yago deixasse de respirar com a ajuda de aparelhos, aprendesse a mamar sozinho para atingir o peso necessário e ir para o aconchego do lar. Após seis meses de hospital, o médico Walter Perez, a intensivista Patrícia Berg Leal e a neonatologista Claúdia Guimarães entregaram o pequeno aos braços dos familiares, com a tão sonhada alta. Ele deixou o hospital com 50 cm, pesando 3kg.