O nome oficial do evento é Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, mas, diante de flagrantes episódios de atentado violento ao pudor, a reunião anual bem que poderia se chamar Marcha da Sacanagem. Esta não será a primeira história de político que aproveita a vinda à capital federal, com tudo pago pelos cofres públicos, para cair na esbórnia. Mas certamente é uma das mais flagrantes evidências de que prefeitos, vereadores e assessores se valem da viagem ao DF para tirar o atraso da gandaia.
Com a presença de 5 mil participantes, a 22ª edição do evento, ocorrido entre os dias 8 e 11 de abril deste ano, deveria servir para discutir questões que influenciam o dia a dia dos municípios. No entanto, as câmeras de segurança de um dos hotéis do Setor Hoteleiro Sul, que abrigaram vários prefeitos inscritos no fórum, flagraram duas situações absolutamente inusitadas.
Sem pudor algum, o prefeito de Tibagi (PR), cidade de 20,5 mil habitantes a 1.261 quilômetros da capital federal, aproveitou o elevador para praticar sexo oral. As gravações mostram o momento exato em que Rildo Emanoel Leonardi (MDB) se relaciona com a mulher, supostamente uma garota de programa, que lhe acompanha no trajeto. O flagrante ocorreu na madrugada de 4 de abril, dias antes do início oficial do evento.
Veja o vídeo:
O vídeo mostra o prefeito abrindo os botões da calça e sorrindo para a garota de cabelos negros, que segura uma bolsa e um telefone celular.
A jovem se agacha enquanto acaricia o órgão genital do político. A ação cessa apenas quando as portas se abrem. O prefeito paranaense aperta as teclas do elevador para que as portas se fechassem e ele tivesse mais momentos de privacidade. Só que tudo estava sendo filmado. Depois de alguns instantes, ele abotoa a calça e os dois deixam o elevador.
No vídeo, é possível ver com clareza a relação sexual. O Metrópoles optou por preservar a identidade da moça, uma vez que não é ela quem exerce cargo público. O ato libidinoso ocorre em área comum a mais de 200 hóspedes, em estabelecimento que reúne, além dos visitantes, moradores.
À reportagem, o prefeito de Tibagi admitiu que participou de algumas “noitadas” em boates brasilienses durante o período em que esteve na capital por ocasião da marcha. No entanto, Rildo afirmou não se recordar dos “momentos quentes” dentro do elevador.
Segundo o prefeito, a marcha ocorreu há muitos dias. “Me lembro de ter ido a algumas boates e ter bebido, mas não me recordo de sexo oral com nenhuma mulher dentro de qualquer elevador”, disse.
Facada no prefeito
Há dois anos, Rildo Leonardi se envolveu em outra confusão. Em 16 de junho de 2017, ele foi esfaqueado pela então primeira-dama de Tibagi, Andreia Barreto Lima Leonardi.
A mulher foi presa por tentativa de homicídio ao querer se vingar de uma suposta traição. O crime ocorreu por volta das 4h. O prefeito foi atingido por uma facada no braço direito. Na época, a Polícia Civil não informou as circunstâncias em que a situação ocorrera.
Leonardi foi socorrido e levado inicialmente para um hospital da cidade. Ele passou por cirurgia e retornou ao trabalho dias depois.
Pelado no corredor
Além de Rildo, outro prefeito protagonizou cenas que deixaram os hóspedes do mesmo hotel, no Setor Hoteleiro Sul, estarrecidos. O chefe do Executivo de um município de Rondônia foi flagrado pelas câmeras circulando completamente nu pelos corredores do hotel.
Na ocasião, o político deixou a suíte por volta das 4h e percorreu toda a extensão do corredor caminhando tranquilamente. Desorientado, ele entra no elevador social e aperta o andar térreo.
Bocejando, o prefeito olhou para as câmeras e desceu até o saguão. Ele acabou contido pelos funcionários do hotel e retornou ao elevador. O político, então, seguiu até o andar onde estava hospedado e voltou para o quarto.
No dia seguinte, ele “foi convidado” a se retirar do hotel pela administração-geral. Argumentou, aos gerentes, que havia cometido o erro de ingerir bebida alcoólica após tomar remédios para dormir. Em sua versão, confirmada por responsáveis pelo hotel, o prefeito mostrou os medicamentos. Assim, foi permitido que ficasse mais duas noites em suas acomodações.
Como neste caso existe uma brecha para que o incidente tenha sido provocado por uma reação ao uso de remédios controlados, a reportagem optou por não revelar a identidade do político.