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22/02/2022 18:24

Veja os sete sinais que Bolsonaro não está morto politicamente

Ele cita Auxílio Brasil e melhora na economia brasileira

Colunista do Estado de Minas refletiu sobre a possibilidade de Jair Bolsonaro ter chance de vencer as eleições deste ano. Ele apontou os sete sinais, que mostram que o atual presidente não pode ser considerado ‘’cachorro morto’’ na política. 

Ramiro Batista destaca que, a cada presepada presidencial, piora na economia ou os movimentos políticos de Lula, os críticos acreditam que Bolsonaro perde as chances de se manter como forte candidato. No entanto, não é bem assim. 

Batista diz que é difícil acreditar que os eleitores insatisfeitos de Bolsonaro deem uma nova chance ao presidente, mesmo que a única alternativa seja Lula. Porém, essa tese está mais firme do que nunca. 

Os Sinais

1 - O colunista destaca que, apesar dos erros grosseiros e da pandemia da covid-19, que afetou dois anos de governo, Bolsonaro mantém, ao menos, 25% do eleitorado fiel. 

2 - A economia dá sinais de recuperação, dólar em baixa, bolsa e emprego em alta. 

3 – O Auxilio Brasil é um destaque no governo e vale R$ 400. Isso deve dar um empurrão como deu no meio do primeiro ano da pandemia, entre junho e julho, quando o mundo desabava, refletiu o colunista. 

4) Bolsonaro está muito mais estruturado nas redes sociais que todos os outros candidatos, chegando ao dobro ou triplo de seguidores, interações e capacidade de tumulto em relação a seu polo, Lula, dependendo da plataforma. 

5) Vai fazer uma campanha de TV exuberante, com as obras do competente ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, como Dilma Rousseff fez na campanha de 2014 e derrubou sua então alta rejeição. Tem dinheiro e tempo de TV.

6) Pesquisas mais recentes indicam uma congelada no crescimento de Lula, com algum recuo, e na queda de Bolsonaro, com algum avanço. 

7) Terá candidatos competitivos ao Senado e a governos estaduais importantes. Últimas pesquisas do Ipespe em São Paulo e do F5 Atualiza Dados em Minas indicaram como a vida de Lula poderá não ser fácil em estados estratégicos: diferença de apenas 8% nas estimuladas e empate técnico nas espontâneas.  

Mais analise

Ramiro segue sua análise e detalha o cenário político atual. 

A essa altura, faz tudo certo para  manter esse patrimônio: fala menos bobagens, articula as candidaturas de seus ministros e planta memes como o de que salvou a Ucrânia.

Que o mantém em evidência e atiça os instintos mais primitivos que fazem sua marca, a favor e contra, com a ajuda inestimável de seus críticos, seus ex-eleitores e da grande imprensa, que manipula com rara competência. 

Ao mesmo tempo, planeja o dia seguinte a uma derrota, como também uma forma de campanha, prévia e posterior. Serve para assustar o establishment agora e ressuscitar-se no dia seguinte, quando denunciar que foi fraudado. 

Não para "capitolizar" a derrota à moda Trump e derrubar o regime, como se prega, mas para ter uma boa desculpa de derrotado para manter o patrimônio eleitoral sob controle.

Como Lula, que vendeu com muita competência a embromação de que teria vencido as eleições de 2018 se não tivessem lhe proibido de disputá-las, quando se sabe que estava inelegível após duas condenações de segunda instância. 

Bolsonaro repete a velha direita que amedrontava o eleitorado com o esquerdismo de Lula. Não podendo dizer agora que o esquerdista de centro vai implantar o comunismo e nem garantir que roubará ou deixará roubar, se eleito, ataca o sistema eleitoral.

O que também faz o maior sucesso entre seus seguidores, diga-se.

Mesmo depois de ter feito um pacto de não agressão, falar mal de Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, à frente do TSE hoje e amanhã, tem sido suas estratégias preferidas para animar a base militante.

Sempre que pode, os acusa de terem soltado seu adversário, no tipo de bravata seletiva de quem sabe em quem bater. Fosse mais honesto, incluiria no pacote Gilmar Mendes, o grande mentor da desmoralização de Sergio Moro e da anulação da Lava Jato e de todos os processos do petista. 

Mas Gilmar, como se sabe, é um ministro que se deve ter por perto e com quem se deve tomar um café de vez em quando, não fossem apenas por afinidade e interesses em comum contra o ex juiz. Vai que possa precisar também de ser solto…

De forma que, somando tudo, o moribundo tem um passado ruim meio superado, um presente cheio de carpideiras lhe injetando ânimo e um futuro de espantalho chutando a tumba se insistirem em sepultá-lo vivo.

Não o subestimem. Mesmo — e se — derrotado, pairará como uma assombração sobre as próximas eleições. Como Trump nos EUA, também equivocadamente tratado como defunto antes da hora. 

Moribundo, espantalho ou assombração, em política, não é algo que orna com a ideia de morto.
 

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