A saída de médicos cubanos do Brasil deixou Mato Grosso do Sul com um déficit de 114 profissionais da atenção básica, prejudicando especialmente os municípios do interior do Estado. Uma das soluções possíveis, sugere o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), seria a validação do diploma de médicos brasileiros formados no exterior que não passaram pelo Revalida (Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos).
“O governo já publicou edital pra chamamento de médicos que queiram servir ao país e vamos abrir um número também aos brasileiros formados no exterior, que é um ganho. Porque tem muitos brasileiros que não conseguem trabalhar aqui porque não fizeram Revalida”, diz.
A medida já é estudada pela equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), e teria grande efeito para os sul-mato-grossenses que optam por estudar nos países vizinhos Bolívia ou Paraguai pelos valores menores da mensalidade em universidades de medicina.
“Abriram exceção pros cubanos, que abram exceção aos brasileiros. Acho que teremos grande número de formandos que vêm cobrir essa lacuna. Temos pressa em repor médicos”, finaliza.
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Entre os perfis de munícipios definidos pelo Ministério da Saúde, estão Programa Atenção Básica, áreas de extrema pobreza e os chamados Distritos Sanitários Especial Indígena. As áreas indígenas contempladas pelo novo formato do programa incluem as cidades de Amambai, Antônio João, Aquidauana, Corumbá, Nioaque, Paranhos e Tacuru.
Os profissionais selecionados receberão salário de R$ 11.865,60 durante 36 meses, com possibilidade de prorrogação. Também será repassada uma ajuda de custo para o médico que solicitar trabalhar em um local distante, devendo o profissional anexar comprovantes de residência no local.
De início serão ofertadas vagas para os médicos brasileiros com inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) ou com diploma revalidado no país.
Médicos interessados podem se inscrever no site www.maismedicos.gov.br. Espera-se que os selecionados comecem a trabalhar já no dia 3 de dezembro.