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20/02/2021 08:32

Técnica de enfermagem morre antes de tomar 2ª dose da vacina

Ela foi vacinada dia 21 de janeiro e não conseguiu receber a segunda

Uma técnica de enfermagem morreu de covid-19, nesta sexta-feira (19), antes de receber a segunda dose da vacina contra o novo coronavírus. Nair de Fátima Silva, de 50 anos, trabalhava no Hospital Universitário de Londrina, no norte do Paraná, há 26 anos. 

Segundo o site Ric Mais, ela foi vacinada com a primeira dose no dia 21 de janeiro, mas não pôde receber a segunda aplicação nesta semana, pois já havia contraído o Sars-CoV-2. 

“Qualquer vírus acaba dando uma diminuída no sistema imune. Então, se você toma vacina com alguma doença viral, principalmente a covid, ele acaba demorando mais ainda para ter uma resposta imune eficiente para combater possivelmente uma infecção futura. Mesmo que ela estivesse com uma gripe normal, não é indicado”, explica Aline Stipp, doutora em microbiologia,.

Segundo a assessoria do HU Londrina, no dia 12 de fevereiro, a técnica de enfermagem que era diabética precisou ser internada após apresentar glicemia descompensada. No dia 13 de fevereiro, ela testou positivo para a covid-19 e no dia 16 recebeu alta médica. No entanto, nesta sexta, sofreu uma parada cardiorrespiratória em casa. Nair foi levada ao Hospital Zona Norte, mas já estava morta quando chegou no local. 

Diante da polêmica nas redes sociais, onde várias pessoas estão espalhando que o óbito teria sido causado pela vacina. A doutora ressalta que para que a pessoa esteja de fato protegida contra a covid-19, no caso da Coronavac, é indispensável que ela tome duas doses da vacina. “Ela não estava protegida ainda com a eficácia comprovada nas pesquisas. Então, precisa tomar as duas doses para ter efetivamente 78% de eficácia, que é o que foi comprovado. A primeira dose não diz se você está ou não imune”, diz Stipp. 

A microbiologista ainda explica que mesmo após a segunda dose, é preciso esperar um período para que o corpo responda ao imunizante. 

“A gente chama de janela imunológica. O organismo demora um período para responder à vacina, de 14 a 15 dias. Existem estudos que dizem que demora até 20 dias. Depende muito do sistema imunológico da pessoa. Então, ela tem que ficar resguardada, com máscara, com lavagens das mãos, com o todos os cuidados ainda de duas a três semanas”, completa Stipp. 

O caso será investigado pela 17ª Regional de Saúde do Paraná. Conforme Felipe Assan Remondi, chefe da divisão de vigilância sanitária, é procedimento de praxe acompanhar todas as reações ocorridas em pessoas vacinadas por um período de até 30 dias depois da aplicação do antivírus. 

“Por ser uma vacina nova todos o eventos adversos desde o mais leves até os mais graves, ocorridos em até 30 dias após vacinação, são notificados e são acompanhados pelo serviço de saúde até para poder dizer se existe uma relação ou não com vacinação”, diz Remondi.

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