Uma soldado, lotada atualmente no 45° Batalhão da Polícia Militar do Interior (BPM/I), em Praia Grande, no litoral de São Paulo, denunciou um caso de assédio sexual e ameaças de morte em mensagens de aplicativo fora do horário de serviço, além de perseguição no trabalho, quando ela atuava na Capital.
As informações são do G1. A vítima teria sido ameaçada por um tenente-coronel.
De acordo com a PM, foi aberto u inquérito na Justiça Militar para apurar o caso, e o oficial foi afastado do comando.
Ainda segundo o site, a soldado relata episódios de investidas sexuais, principalmente por mensagens, ameaças por áudio, humilhação em frente aos seus colegas e até mesmo sabotagem quando se recusou a ceder aos pedidos de seu superior.
A vítima começou a ser perseguida em 2018. Ele havia acabado de assumir o comando do Batalhão da Zona Sul de São Paulo, quando passou pelas companhias para se apresentar aos policiais militares e a conheceu.
"Em um momento em que a gente ficou um pouco sozinho, ele assim veio em uma total liberdade, uma intimidade. Mas a gente nunca tinha se visto, né? E me chamou para sair na cara dura", relembra.
Ela disse ao superior que era casada e tinha filhos, recusando o convite. "Depois desse dia, minha vida virou um inferno", desabafa.
No dia seguinte ela começou a ser perseguida.
Depois disso, ela ainda foi humilhada em uma reunião, que havia sido marcada para tentar resolver a situação, a soldado conta que precisou de atendimento psiquiátrico e foi afastada dos serviços por seis meses.
Depois disso, para evitar ainda mais a perseguição do coronel, a soldado conta que tirou uma licença sem vencimento de dois anos.
"Pensei: 'nesses dois anos ele vai se aposentar, vai me esquecer e vai me deixar em paz...", só que o tiro saiu pela culatra porque ele ainda estava na ativa", relembra.
Foi neste período em que ela se mudou para o litoral paulista com a família, e passou a tentar uma nova transferência, da capital para a Baixada Santista. Com o fim da licença, ela voltou para a corporação em março deste ano.
No fim do mês, o comandante conseguiu o número de celular dela e passou a fazer investidas sexuais cada vez mais insistentes, prometendo sustentar os filhos da soldado, promoção dentro da corporação e a transferência que ela queria.
As ameaças de morte vieram também por áudios. Em uma das falas, o comandante afirma que "não existe segredo entre dois, um tem que morrer" e "quem não tem problema na vida, está no cemitério".
No dia 2 de abril, ela decidiu pela denúncia.
Comandante afastado
A Polícia Militar esclareceu, por nota, que recebeu a denúncia e imediatamente instaurou um inquérito policial militar para apurar rigorosamente os fatos.
O oficial foi afastado do comando do Batalhão e a investigação é conduzida pela Corregedoria da Polícia Militar. Segundo a corporação, todos os fatos são sigilosos, conforme prevê a legislação.