Com cinco anos sem um diagnóstico, Rodrigo Santos Mota diz que está crescendo e atigindo uma altura fora do normal. Ele é morador da cidade de Ipiaú, no sul da Bahia, tem 22 anos e acredita já ter atingido 2,23 m.
De acordo com o G1, ele garante que já não se incomoda mais com os comentários a respeito da altura dele.
"Sempre vai ter. Eu não tenho como passar despercebido. Mas depois de um tempo, a gente vai mudando. Atualmente eu nem ligo. Sempre tem uns engraçadinhos, mas faz parte. Aprendi a lidar com isso", conta Rodrigo, que mora temporariamente com o pai, em Ibirapitanga (BA), que está tratando um câncer.
No final de 2016, o jovem começou um tratamento em duas instituições de saúde em Salvador, mas segundo ele, nunca houve um resultado efetivo.
"O que mais ouvi mesmo foi sobre um tumor no cérebro que faz crescer, e enquanto não fizer cirurgia eu iria continuar crescendo. Uns [médicos] disseram que eu precisava fazer [cirurgia], outros disseram que não. Uma vez me passaram remédios, mas não fizeram nenhum efeito. E sempre fiz exames. O acompanhamento que estava fazendo era basicamente de exames e consultas", disse Rodrigo, que precisou parar o tratamento em março de 2020, em Salvador, por causa da pandemia da Covid-19.
De 2016 até este ano, ele acredita que cresceu aproximadamente cinco centímetros.
"Muitos [médicos] falam que é um tumor que eu tenho no cérebro, e que liberava hormônios do crescimento; uns [médicos] falaram que iria parar de crescer e outros que iria continuar crescendo. De lá para cá eu já cresci, devo estar com uns 2,23 m", diz o rapaz.
Devido a falta do diagnóstico, Rodrigo conta que passou por um momento de depressão e precisou tomar remédios para superar a frustração de não ter encontrado uma resposta para o crescimento desenfreado.
"Na verdade, como eram muitos médicos, cada um falava uma coisa. Chegava um e falava que era uma doença, outro falava que era outra. Eu era mais novo também. Tive até que tomar remédio para depressão, mas era muita coisa na mente", lembra o jovem.
"Era tanta coisa que não tem nem como digerir, mas o que mais ouvi foi que eu poderia dormir e não acordar mais".
Com 17 anos, Rodrigo parou de estudar por causa do bullying que sofria na escola, mas sonhava em ser policial. Entre idas e vindas, ele retomou os estudos e, antes da pandemia, cursava o segundo ano do ensino médio em um colégio da cidade.
Ele ainda pensa em ser policial, mas afirma que pode seguir outro caminho.