Ricardo Germano Efing, professor universitário no Paraná, foi demitido por desdenha do estupro enquanto dava uma aula online para os alunos do quinto período do curso de Engenharia da Produção. O caso aconteceu no dia 12 de março e foi relatado por uma das alunas.
A informação foi confirmada pelo G1 e que apontou que o comentário acontecia em uma aula de ergonomia. De acordo com as informações, o professora estava dando um exemplo de empresas que demitiam as pessoas por não conseguirem adaptação as novas tecnologias.
“É algo, meu amigo, que você tem que se adaptar. Desculpe, meninas, sei que é chulo o que eu vou dizer, mas é aquele ditado: se o estupro é inevitável e iminente, relaxe e aproveite”, disse na aula.
Uma semana depois, na última sexta-feira, a Uniguaçu Centro Universitário publicou uma nota nas redes sociais anunciou o desligamento do profissional de educação. Medida que foi adotada também pelo Centro Universitário Campo Real, de Guarapuava, onde o professor também dava aula.
Segundo o professor, o trecho tirado é um "fragmento descontextualizado da aula", mas reconhece que a expressão utilizada "se mostra integralmente inapropriada e que não poderia ser aceita com naturalidade ou indiferença". Veja a nota enviada do professor ao G1.
"Tendo em vista os acontecimentos advindos da divulgação de vídeo contendo pequeno fragmento descontextualizado da aula transmitida via Internet em razão das medidas impostas pela pandemia do COVID-19, gostaria de esclarecer, com integral respeito, o que segue.
Ao exemplificar uma situação, foi utilizada expressão popular que, após a devida reflexão, se mostra integralmente inapropriada e que não poderia ser aceita com naturalidade ou indiferença. Não se pode deixar de reconhecer o machismo estrutural presente em nossa sociedade que, infelizmente, reproduz comportamentos os quais devem ser devidamente enfrentados de modo construtivo, para que todos possam aprender e progredir para uma sociedade mais respeitosa e igualitária. Reconhece-se este erro e será buscado o necessário aprendizado com essa situação.
Feita esta reflexão, entende-se que a trajetória acadêmica e a carreira no magistério não podem ser avaliadas por uma expressão isolada. Expresso desde logo meu pleno respeito à todas as mulheres, jamais pretendendo ofendê-las ou agredi-las. Externo minhas mais sinceras desculpas e fico à disposição para prestar os esclarecimentos devidos no sentido de ser desfeito este lamentável fato”.