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18/02/2022 17:49

Pastores que apoiaram Bolsonaro em 2018 indicam afastamento

Um religioso diz que gestão da pandemia causou desgaste no segmento

Pastores evangélicos, que apoiaram o então candidato, Jair Bolsonaro, nas eleições de 2018, sinalizam afastamento da figura do atual presidente. Alguns indicam que podem abrir diálogo com o PT. 

Conforme o Estadão, o atual cenário sinaliza que Bolsonaro não terá o mesmo engajamento evangélico de antes. 
Isso acontece em igrejas pentecostais e neopentecostais, que pretendem adotar uma postura mais reservada nas eleições de outubro próximo, em relação do apoio irrestrito, demonstrado em 2018. 

Ainda segundo o site, líderes dessas igrejas mantêm diálogo com o Governo Bolsonaro. Eles levam demandas por isenções tributárias, perdão de dívidas e maior espaço no governo. No entanto, dizem os sacerdotes, estão dispostos a negociar com quem for eleito em outubro. 

Apoio? 

O pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder da Assembleia de Deus do Belém, revelou ter simpatia por Bolsonaro, mas indicou que não pedirá votos para ele neste ano.

Além disso, diz que vai abri diálogo com o vencedor. O pastor já foi próximo dos governos do PT, mas apoiou Bolsonaro em 2018.

O pastor Paulo Marcelo, da mesma igreja de José Wellington, é um dos que atuam para reaproximar o segmento evangélico, do ex-presidente Lula.  

Votos?

A Assembleia de Deus tem 12 milhões de fiéis no Brasil, segundo o IBGE, divididos entre diferentes alas que foram se separando ao longo dos últimos anos. 

"Nós nunca tivemos problema pessoal. O presidente Lula é uma pessoa nordestina como eu, e a mim não interessa falar mal dele e de nenhum deles. Política é muito mutável, muito dinâmica. Hoje você entende uma coisa e amanhã pode entender outra. Estamos caminhando e pedindo para que Deus dê o melhor para o Brasil", afirmou José Wellington.

Ainda segundo o site, José Wellington admitiu que a Assembleia de Deus faz a intermediação de emendas para três de seus filhos, que são parlamentares. A declaração causou mal-estar entre líderes evangélicos, mas mostrou a prioridade das igrejas em 2022, que é a de aumentar a bancada no Congresso. 

Wellington disse que vai pedir votos para os deputados dele, mas para presidente diz não precisar. 

‘’Eles [candidatos à presidência] têm uma mídia tremenda e dinheiro. Não há necessidade de a igreja se envolver nessa altura", refletiu José. 

Pesquisa 

O Estadão mostrou que, em dezembro, pesquisa Ipec registrou empate entre Bolsonaro e Lula nas intenções de votos entre os evangélicos: o petista com 34% e o atual presidente, com 33%.

Desgaste

O reverendo Valdinei Ferreira, da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo, disse que Bolsonaro sofreu um desgaste entre os evangélicos. Um dos motivos seria a má gestão na pandemia da covid-19. 

"Já existe uma migração. Bolsonaro faz uso político da ideia de família tradicional, mas isso se desgastou porque você não tem ações que sejam diferentes de governos anteriores", disse o reverendo Valdinei Ferreira, da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo.

O Estadão trouxe a opinião do ex-bolsonarista, o pastor Carlito Paes, da Igreja da Cidade, de São José dos Campos (SP). O religioso tem criticado Lula e Bolsonaro e mostra que está próximo do pré-candidato Sérgio Moro, do Podemos. 

"Quando a política vira religião, a crítica consciente desaparece e cede lugar à alienação", escreveu Paes.
 

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