O Tribunal do Júri de Ceilândia condenou, nessa terça-feira (22/10), Marcelo Machado Guedes, 53 anos, pela morte do próprio filho, Jerzley Guedes (foto de destaque), 32, com um tiro no peito. Ele terá de cumprir pena de 21 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado.
O crime aconteceu em 28 de julho de 2021, em Ceilândia Sul, no apartamento da vítima. Na data, policiais encontraram o assassino armado ao lado do corpo do filho, que era profissional de informática, teve a vida a tomada após uma discussão banal.
O réu ainda cometeu o crime de violação de domicílio, segundo o Juiz Presidente do Júri, já que Jerzley e a esposa já haviam pedido para que Marcelo saísse do local. O juiz também destacou as graves consequências do crime, já que a vítima sustentava a mulher e o filho.
Marcelo não vai poder recorrer em liberdade, e o Juiz determinou a imediata execução da condenação, com a prisão do acusado, que respondia ao processo em liberdade provisória.
O caso
Segundo a investigação, Jerzley convidou o pai para tomar vinho em casa na data. Em um determinado momento, eles iniciaram uma discussão banal em razão de comportamento familiar.
“Os ânimos se exaltaram. O filho tirou a arma do cofre, e a discussão continuou a se acirrar. Jerzley deixou a arma sobre uma mesa, a esposa dele saiu para pedir ajuda e ouviu o disparo. Quando voltou, o pai estava pedindo perdão para o filho”, explicou o investigador.
A ocorrência foi registrada no apartamento de um prédio residencial, na QNN 12, em Ceilândia Sul, por volta da 0h30.
Marcelo matou o filho com um tiro no peito e, depois, ficou ao lado do corpo, próximo a uma poça de sangue. De acordo com informações obtidas pela reportagem e que constam na ocorrência policial, o pai da vítima colocou a arma no chão assim que os PMs chegaram no endereço. Ele acabou preso em flagrante.
Ainda segundo a ocorrência, os militares do 8º Batalhão da PM (Ceilândia) que atenderam o chamado para averiguar disparo de arma de fogo relataram que, quando chegaram ao endereço, foram recebidos pelo porteiro do prédio, que indicou um apartamento do 4º andar como local do crime.
Quando os militares entraram no imóvel, encontraram a vítima recebendo massagem cardíaca, realizada por um vizinho. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) tentou socorrer a vítima, mas o homem não resistiu aos ferimentos.
Testemunhas disseram que os disparos foram ouvidos após uma discussão na residência.
Tiro no peito na frente da nora
A esposa de Jerzley presenciou o crime. A PCDF informou que, quando os policiais militares chegaram ao local do crime, a mulher da vítima estava transtornada e, por isso, os PMs não tiveram condições de apresentá-la na delegacia para ser ouvida.
Segundo informações da Polícia Militar (PMDF), uma equipe fazia ronda na região quando foi acionada para ocorrência de disparo de arma de fogo. Testemunhas disseram aos PMs que o crime ocorreu durante uma discussão. Pai e filho estariam bebendo juntos e, após um desentendimento, teria ocorrido a tragédia.
Os investigadores informaram que a arma era da própria vítima. Pontuaram também que os policiais vão verificar se a pistola é registrada legalmente.
A polícia apreendeu o armamento. O apartamento passou por perícia.