O pacote de benefícios criado pelo governador de São Paulo, João Dória, para a indústria preocupa empresários de Mato Grosso do Sul. As medidas preveem benefícios tributários e facilitação da atração de investimentos que podem prejudicar o desenvolvimento do setor no Estado, avalia o presidente da Fiems, Sérgio Longen.O anúncio foi feito nesta quinta-feira (23).
“Essa ação do governo paulista com muita clareza traz preocupação para a indústria de Mato Grosso do Sul, porque as indústrias que serão beneficiados por lá com certeza serão mais competitivos do que as que estão aqui produzindo. Até porque trata-se do Estado de São Paulo, onde a indústria já é mais pujante em relação aos demais estados”, analisou o empresário.
Pacote de medidas semelhantes para melhorar o ambiente de negócios e gerar empregos em Mato Grosso do Sul já havia sido pela Fiems – em conjunto com outras entidades que representam o setor produtivo do Estado, como a Famasul, Fecomécio/MS e Faems – ao Governo do Estado e, diante da iniciativa de São Paulo, Longen defende celeridade para que as medidas de apoio entrem em vigor.
“O Governo precisa avançar e colocar em prática as ações de fortalecimento dos setores que também estão passando por dificuldades. O nível de desemprego chegou ao inaceitável e as sucessivas quedas de receita do Estado também estão em níveis preocupantes”, pontuou o presidente da Fiems.
O pacote de Dória prevê a criação de 11 polos de desenvolvimento econômico com pacotes de benefícios setoriais para a indústria, pautados em seis pilares:
· Ambiente de negócios adequado e desburocratizado, com a otimização completa de processos, acelerando as demandas do setor produtivo, incluindo licenças ambientais;
· Financiamentos: acesso facilitado a linhas de crédito, apoio da InvestSP (a APEX de SP), e facilitar demandas junto ao BNDES;
· Fiscal e regulatório, com a simplificação tributária e unificação de impostos;
· Infraestrutura e serviços, com a desestatização, em um programa que vai englobar rodovias, ferrovias, hidrovias, rodoanéis e declaração de apoio integral a privatização do Porto de Santos;
· Investimento em pesquisa e tecnologia, com linhas de financiamento específicas de apoio a instituições privadas de pesquisa, sobretudo à Fapesp;
· Qualificação de mão de obra com cursos customizados de acordo com as necessidades de cada região.