Uma mulher de 47 anos foi detida, algemada e levada à delegacia enquanto fazia um panelaço contra o presidente Jair Bolsonaro no local onde acontecia o passeio de moto promovido por apoiadores em Porto Alegre, na manhã deste sábado (10).
Segundo o G1, ala assinou um termo circunstanciado por desobediência e foi liberada. Os policiais queriam que ela se afastasse do local enquanto um dos apoiadores teriam provocado a mulher. O advogado dela afirma que ela se exaltou, mas que "estava em seu direito de se manifestar" e que "em nenhum momento teve a intenção de fazer algo ou de agredir alguém".
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do RS (SSP), a mulher ameaçou motociclistas que passavam, sendo abordada e solicitada a se afastar "por diversas vezes".
"Apesar das repetidas tentativas das PMs de afastar a mulher, ela desobedeceu a ordem, desacatou as PMs que a abordaram, tentou chutar um dos motociclistas e manteve as ameaças de agressão. Em razão disso, a mulher foi contida por policiais femininas no local e conduzida até a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA)", diz a nota.
Em vídeo publicado em sua página de Instagram, Betina de Jesus disse que a Brigada Militar não a maltratou. "Eles fizeram o trabalho deles porque eu estava alterada". Ela informou ainda que reagiu ao ataque de um participante da passeata, que havia parado a moto para "dizer desaforos" a ela.
"Vou continuar me manifestando. Fiz corpo de delito, termo circunstanciado, já fui solta, tô em casa, tá tudo bem. Só que eu não vou deixar de me indignar contra a situação do país e vou continuar me manifestando. Só que eu vou tentar ter um pouco mais de controle das próximas vezes pra eu não ir presa, porque ir presa é perda de tempo", disse.
O advogado Aloísio Rosa de Melo também disse que a cliente foi algemada e conduzida por duas policiais femininas à delegacia. "Quando eu cheguei lá [na DP], eu até pedi para tirar uma das algemas que ela ainda tinha em um dos braços, porque isso na verdade é ilegal. Só pode ser algemado se há uma resistência muito grande por parte da pessoa, e ela não me disse ter resistido", destaca.
Sobre o fato da mulher ter sido algemada, a SSP informou ao G1 que "diante da exaltação inicial da cidadã, no momento e contexto dos fatos, houve necessidade de se fazer o uso de algemas para sua contenção, conforme prevê a súmula vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal, com o intuito de salvaguardar a integridade física da detida e de terceiros".
Eduardo Leite publicou parte da nota divulgada pela SSP nas redes sociais, com um vídeo que mostra a manifestação. Ele também disse que a Brigada Militar vai apurar o caso.