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31/05/2022 15:06

Morto por PRFs em 'câmara de gás', Genivaldo já foi absolvido de crime por ser esquizofrênico

Resistência e desacato teriam ocorrido em um bar, em 2011

Genivaldo de Jesus Santos, 38 anos, assassinado por policiais rodoviários federais, em 25 de maio, em Umbaúba, no Sergipe, já foi absolvido de duas acusações, em razão de ter problemas mentais. Ele respondeu por resistência à prisão e desacato, em 2011. 

Conforme apurou o Estadão, em 27 de novembro de 2011, dois policiais militares foram acionados, por conta de uma pessoa armada, em um bar, no povoado de Queimada Grande. Genivaldo resistiu e desacatou os militares, sendo contido e preso. 

Ainda segundo o jornal, José Raimundo de Jesus Souza, que testemunhou a cena, afirmou que não houve discussão e que Genivaldo parecia não entender o que se passava. Ao ser interrogado, o réu, disse à época, que se recordava apenas de uma confusão no bar e não abriu as pernas porque elas "entrevou". 

A defesa de Santos pediu uma avaliação do cliente, cujo laudo apontou esquizofrenia e anexou ao processo.  À época da ação penal, o defensor, Espedito Pereira Lima, justificou que Genivaldo não tinha ciência do que fazia. 

''Nós mostramos que ele não tinha condições de se autodeterminar por causa dos problemas mentais'', detalhou Espedito. 

No veredito, a juíza Karyna Torres Gouveia Marroquim, acatou a tese da defesa. Ela usou o laudo médico para destacar que o problema de Genivaldo é anterior à abordagem policial, sendo que o réu ''ao tempo da ação, incapaz de entender o caráter ilícito do fato''. A absolvição se deu em março de 2016, também por falta de provas. 

Semelhanças

As duas situações vividas por Genivaldo são semelhantes. Ele resistiu a uma abordagem da PRF, no dia 25 de maio, em uma rodovia perto de Umbaúba. 

Os três policiais dominaram o morador e o colocaram no compartimento de presos da viatura. No entanto, um dos policiais colocou gás de pimenta dentro do camburão e provocou lesões que levaram Genivaldo à morte, no dia seguinte. 

A PRF afastou os três agentes das atividades e prometeu investigação. Houve diversos protestos de populares, no lugar onde a vítima foi abordada. 


 

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