O ex-ministro Sérgio Moro declarou à Polícia Federal, que o presidente Jair Bolsonaro não cometeu crimes durante o tempo que se relacionou com ele. A íntegra do depoimento de Moro, feita no sábado (2), foi obtido pela CNN Brasil com exclusividade e divulgado na tarde desta terça-feira (5).
Moro destacou que o presidente não teve acesso a nenhum relatório de investigação específico e, mesmo que quisesse, ele e o ex-diretor da PF, Maurício Valeixo, não iriam proporcionar o material.
A opinião de Moro contraria a análise de vários advogados ouvidos pela imprensa ao longo dos últimos dias, que enxergaram crimes de responsabilidade, falsidade ideológica, advocacia administrativa e até obstrução de Justiça como delitos que o presidente pode ter cometido ao ter exigido acesso a relatórios de inteligência da PF e forçado a queda do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
Sobre as pressões do presidente para a troca do ex-superintendente da PF no Rio, em agosto de 2019, Ricardo Saadi, Moro disse que não sabia os motivos e que essa questão deveria ser perguntada a Bolsonaro.
Moro enfatizou que Bolsonaro lhe encaminhou mensagens por WhatsApp, dizendo que ele poderia escolher os superintendentes da PF em todos os estados, menos no Rio de Janeiro.
''Moro você tem 27 Superintendências, eu quero apenas uma, a do Rio de Janeiro", disse Moro no depoimento.
O ex-ministro também fez menções sobre as mensagens trocadas com a deputada federal Carla Zambelli, mas também não imputou crimes a ela.