A Mangueira é a grande campeã do carnaval 2019 do Rio de Janeiro. A Imperatriz Leopoldinense e a Império Serrano foram rebaixadas.
O G1 acompanhou ao vivo a apuração das notas, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (6), diretamente da Marquês de Sapucaí. Veja aqui.
Para conquistar o seu 20º título, a Mangueira deu uma aula de história na Sapucaí. Mas foi uma história alternativa, com destaque para heróis da resistência negros e índios em vez dos personagens tradicionais das páginas de livros escolares.
O enredo “História pra ninar gente grande” foi assinado pelo carnavalesco Leandro Vieira e contado em 24 alas e cinco alegorias. Em busca do título, a Mangueira exibiu uma bandeira do Brasil com as cores da escola no final do desfile.
"A gente passou a mensagem que a gente queria", comemorou a rainha de bateria Evelyn Bastos, destacando que a escola exaltou a história do povo negro.
(Foto: Rodrigo Gorosito/G1)
"Lava a alma. A Mangueira estava esperando esse título. Foi muita batalha", afirmou Alvinho, ex-presidente da escola. "Fizemos um grande espetáculo e, semana que vem, se Deus quiser, vamos repetir."
Destaques do desfile
O segundo carro apresentou uma releitura do Monumento às Bandeiras, em São Paulo. A obra apareceu manchada de sangue, em referência à forma violenta com a qual os bandeirantes exploravam o Brasil
Uma ala com passistas, a bateria e outras partes do desfile deram destaque às rebeliões e fugas de escravos
O samba citou Marielle Franco, vereadora do PSOL morta a tiros em março do ano passado.
A arquiteta Mônica Benício, viúva de Marielle, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) e o vereador Tarcísio Motta (PSOL) desfilaram à frente da última ala.
Com 3.500 componentes, a escola verde e rosa apresentou heróis como o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar o massacre dos guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha.
Foram recontadas batalhas entre índios e portugueses, com tribos dizimadas. Uma das alas mostrou os índios Cariris e sua luta para que o Nordeste não fosse invadido, em um conflito de mais de 50 anos.
Um grupo de musas da comunidade chamou a atenção por representar importantes mulheres negras, como Acotirene, matriarca do Quilombo dos Palmares, e Adelina Charuteira, da campanha contra a escravidão no Maranhão.
Outro momento de representação feminina foi um dos carros foi empurrado apenas por mulheres.