A jovem de 25 anos que está presa por suspeita de ter matado a filhalogo após o parto alegou à Polícia Civil que a menina caiu no chão ao nascer e estava com o cordão enrolado no pescoço. Em seguida, ela enrolou a recém-nascida num lençol, a colocou dentro de uma sacola e jogou no lote ao lado da casa dela, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
“Ela disse que tentou arremessar a menina, mas ela bateu no muro e caiu no chão. Então, ela pegou e jogou novamente. Ela disse que estava arrependida, entrou em estado de coque e ficou sem reação. Não sabe o motivo de ter feito isso”, disse o delegado responsável pelo caso, Henrique Berocan.
A mulher foi detida na madrugada desta quinta-feira (25), após ser levada, junto com a recém-nascida, por parentes para a Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, pois estava passando mal. No local, a médica pediu para chamar a Polícia Militar porque a menina estava com ferimentos no corpo.
Os policiais levaram a jovem para o 1º Distrito Policial para o registro do caso. A morte da recém-nascida é investigada pela equipe Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.
Parto escondido
Em depoimento, a jovem contou que estava na 41ª semana de gestação e começou a sentir contrações por volta das 2h de quinta-feira. Ela disse que mordeu em uma fronha e lençol para não fazer barulho, pois os outros três filhos dela estavam em casa, sendo que um tem 8 anos, outro 3 e o mais novo, 1 ano e 11 meses de vida.
Quatro horas depois, conforme o depoimento, a jovem disse que estava em pé, ao lado da cama, quando a filha nasceu e caiu no chão. A mãe contou que a menina não chorou, mas "mexeu braços e pernas, resmungou e suspirou".
Após se limpar e jogar a criança no lote abandonado, a jovem voltou para casa e não contou aos familiares sobre o parto.
Apenas 14 horas depois, quando uma irmã foi à residência da gestante, ela revelou que havia dado à luz. Em seguida, os parentes encontraram o corpo do menina.
Como a jovem estava muito pálida e passando mal, os parentes a levaram para o hospital, junto com a recém-nascida. Até as 18h de quinta-feira, a jovem estava presa.
"Vão ser analisadas todas as provas colhidas e tudo que é necessário para estabelecer a materialidade e prova do delito, em especial o estado psicológico da autora, que, segundo informações preliminares, possui problemas psiquiátricos atestados", disse o delegado.
Responsável pela maternidade, a Secretaria de Saúde de Aparecida de Goiânia informou, em nota, que o corpo da recém-nascida foi encaminhado ao Instituto Médico Legal. De acordo com a pasta, a jovem voltou a ser levada para o hospital para atendimento médico e psicológico.