Uma jovem de 22 anos registrou boletim de ocorrência alegando negligência por parte do Hospital da Criança e Maternidade de São José do Rio Preto (SP). Segundo ela, a unidade entregou o corpo do filho, que morreu após nascer prematuro, para outra família enterrar.
De acordo com o que a mãe disse à polícia, ela deu à luz a um menino no dia 16 de março, mas o bebê acabou morrendo após o nascimento.
Na segunda-feira (18), ela foi até o hospital para fazer os trâmites para o enterro do corpo. No entanto, segundo ela, o hospital a mandou retornar na quarta-feira (20).
A mulher voltou na data combinada e descobriu que o filho já tinha sido enterrado no sábado à tarde (16).
Segundo o boletim, a jovem achou estranho e questionou o funcionário do HB. Ele teria confessado o erro e que teria trocado o bebê dela com um outro que também tinha morrido no mesmo dia.
Em nota, a Funfarme (Fundação Faculdade Regional de Medicina), que ministra o hospital, informou que “todos os trâmites de entrega do corpo do natimorto ao Serviço de Verificação de Óbito responsável, feitos pelo Hospital da Criança, foram realizados de forma correta e dentro do previsto legalmente”.
Em relação ao Serviço de Verificação de Óbito, que é mantido pelo complexo, a fundação está apurando, em sindicância interna, todos os processos que lhe competem, cooperando com os pedidos das investigações, e irá atender às solicitações legais.
Investigação
Segundo o advogado da vítima, Marcelo Luiz, a jovem está muito abalada com toda situação e ainda se recupera do parto da criança, que nasceu com apenas seis meses de gestação. Ela aguarda a autorização para exumação do corpo.
Ainda de acordo com Marcelo, o próprio hospital teria orientado a jovem a fazer um boletim de ocorrência, que foi registrado no 1º Distrito Policial de Rio Preto na quarta-feira (20).
“Vamos aguardar a instauração do inquérito policial. Apenas a conclusão do delegado responsável pelo caso irá nos apontar realmente o que aconteceu. A partir daí poderemos avaliar de quem é a responsabilidade. Além de descobrir contra quem iremos entrar judicialmente”, afirmou Marcelo Luiz.
Dois enterros
Segundo a reportagem da TV TEM apurou, a família que recebeu o corpo errado teria sido chamada, comunicada sobre o engano pelo próprio hospital e teve acesso ao corpo correto para realizar o enterro.
O delegado do 1° Distrito Policial disse ao G1 que, como o caso envolve crianças e mulher, vai encaminhar o inquérito para a DDM (Delegacia de Defesa da Mulher).