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21/01/2019 14:42

Juízes e advogados protestam contra fim da Justiça Trabalhista na Capital

Presidente Bolsonaro manifestou desejo de por fim à Corte e mandar casos para Justiça Comum

Juízes, juízes aposentados, magistrados ligados à entidades e advogados trabalhistas protestaram, no início da tarde desta segunda-feira (21), contra o eventual fim da Justiça do Trabalho no Brasil, desejo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O ato reuniu em torno de 50 pessoas, entre elas magistrados, servidores e advogados trabalhistas.

O presidente Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho, em Mato Grosso do Sul, Christian Gonçalves Mendonça Estadulho, disse que a vontade do presidente Bolsonaro é “inviável” e tornaria a vida dos trabalhadores “um caos”.

O presidente, ao menos no discurso, sustentou que os processos tocados hoje pela Justiça Trabalhista poderiam ser reconduzidos para a Justiça Comum.

Segundo cálculo do magistrado, se isso for tocado adiante, processos hoje definidos pela Justiça Trabalhista num período de oito a 12 meses seriam resolvidos em até dois anos, ou seja, demoraria o dobro do tempo.

Christian falou também sobre comentário de Bolsonaro de que a Justiça Trabalhista existe somente para proteger os trabalhadores. Segundo ele, a modalidade existe há sete décadas no Brasil e, neste período, os magistrados que nela atuam seguem a constituição, afinal, as leis cumpridas pela Corte são construídas pelo Congresso Nacional.

GOLPE

O juiz trabalhista aposentado Rodnei Rodrigues, representante estadual dos magistrados aposentados, reforçou o discurso de Christian e afirmou que o fechamento da Justiça Trabalhista seria um “golpe terrível” contra o trabalhador.

Ele ressaltou que a classe empresarial brasileira, honesta, sempre aprovou a missão da Justiça Trabalhista. Rodrigues elogiou ainda os advogados trabalhistas, em torno de 1 milhão no país. 

Rodrigues disse também que em Mato Grosso do Sul, ano passado, a corte trabalhista julgou em torno de 21 mil processos envolvendo empresas e trabalhadores. Em 2017, foram 36 mil e, em 2016, 35 mil.

Atividades trabalhistas nos canavieiros e frigoríficos são os que mais motivam aberturas de processos, segundo Rodrigues, que criticou também a reforma trabalhista.

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