Alexandre dos Santos, 20, Cleberson Guimarães e Patrick Sapucaia, 16, foram mortos na madrugada de terça-feira (1º), durante ação policial na comunidade da Gamboa, em Salvador (BA).
A ação dos policiais foi flagrada por testemunhas que a todo momento acompanhava a abordagem.
Segundo o site ISTOÉ, em um dos vídeos gravados, é possível ouvir uma testemunha que grita aos policiais: “Assassinos, vocês estão errados”.
A Polícia Militar alega que houve troca de tiros entre os policiais e os três jovens. No entanto, as imagens registradas confrontam a versão da PM. Na gravação, ouve-se apenas dois tiros que, conforme a população local, executaram os rapazes.
Ainda conforme o site, testemunhas afirmaram que os policiais chegaram na Gamboa por volta das 2h da manhã lançando bombas de gás lacrimogêneo em direção ao trio. Todos estavam bebendo em um bar. Os soldados retiraram os jovens do local e os levaram para um imóvel abandonado e ali atiraram contra os rapazes.
Quando a notícia da morte do trio se espalhou pelo bairro, a população local colocou fogo em entulhos na via pública. Os jovens foram encaminhados pelos próprios policiais para o Hospital Geral do Estado, mas não resistiram aos ferimentos.
A polícia declarou que foram encontradas três armas de fogo, além de drogas com os jovens. Ao ser questionada sobre a troca de tiros, a PM afirmou que a equipe de Rondas Especiais foi acionada após receber uma denúncia de que teriam homens armados na Gamboa. “Infelizmente ao chegar [as guarnições] foram enfrentadas com resistência”, alegou o Tenente Coronel Roberto Araújo em entrevista à TV Bahia. Porém, essa versão também é contestada pelas testemunhas.
“O que aconteceu aqui foi uma chacina”, destaca Marcos Rezende, morador da comunidade do Solar da Unhão e ativista fundador do Coletivo de Entidades Negras (CEN).
Durante a manhã de terça-feira, 1, moradores da Gamboa se reuniram na Avenida Lafayete Coutinho para protestar pela morte dos jovens. Os manifestantes bloquearam a via pública e clamaram pelo fim da violência na região.