O médium João de Deus recebeu alta médica na madrugada desta quinta-feira, dia 3, após passar mal na prisão e ser encaminhado para um hospital, segundo o G1. Ele apresentou sangramento na urina e, por isso, foi retirado da unidade prisional para fazer exames. Depois do atendimento, ele voltou para o núcleo de custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde está preso desde 16 de dezembro, após denúncias de abuso sexual. Ele nega as acusações.
Na tarde de quarta-feira, ele apresentou sangramento ao urinar, segundo detectou uma equipe médica durante uma visita de rotina. Ele foi levado, então, para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com a unidade, o médium passou por avaliação de equipe multidisciplinar e foi submetido a exames laboratoriais e de imagem.
“Os resultados dos exames não mostraram alterações que indicassem necessidade de internação hospitalar, por isso, o paciente recebe alta para acompanhamento ambulatorial na unidade de origem”, diz o hospital, em nota.
Ele deixou o hospital de cadeira de rodas e foi colocado no carro da escolta prisional. João de Deus chegou à prisão à 0h23.
A equipe de defesa do médium já pediu habeas corpus para que ele cumpra pena em regime domiciliar, usando tornozeleira, alegando que isso se deve à sua idade avançada e a problemas de saúde. João de Deus tem 77 anos, sofre de problemas cardíacos e já fez tratamento para combater um câncer no estômago.
O advogado Alex Neder, que integra a defesa, afirmou ao G1 que a família ficou muito preocupada ao saber da situação dele no complexo prisional, que ele define como “precária”.
Não é o local adequado para que ele fique, principalmente agora, com o agravamento do estado de saúde dele — argumentou.
Na semana passada, o Ministério Público de Goiás apresentou a primeira denúncia contra o médium, por dois casos de abuso sexual mediante fraude e dois de estupro de vulnerável. Ao menos 78 mulheres já relataram ao MP terem sofrido abuso do líder espiritual.
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que a denúncia contra o médium só será analisada após o recesso judiciário, que termina no dia 7 de janeiro. Os autos foram remetidos à "juíza natural do processo", Rosângela Rodrigues dos Santos, responsável pela comarca de Abadiânia, no entorno do Distrito Federal, onde o caso tramita.