Recém completados um ano da pandemia no Brasil, as pessoas acusam que não aguentam mais ficar em casa e procuram nas festas clandestinas, uma oportunidade para 'esquecer da doença' e enfim, ajudar a saúde mental e melhorar seu bom humor.
Porém, a afirmação de que isso poderia ajudar está bem equívocada e a melhor saída, nem sempre, é buscar uma festa onde você pode acabar contraindo o vírus da covid-19.
“Vimos um aumento muito alto na demanda de casos relacionados à saúde mental durante a pandemia, mas não é justificativa para aglomerações. Você não precisa ir a uma festa com 5 mil pessoas para se sentir bem”, afirma o psicólogo Yuri Busin, diretor do CASME (Centro de Atenção à Saúde Mental).
Esse argumento tem sido visto com frequência logo após o período festivo do ano novo em várias regiões do país. Seja curtindo uma praia ou até mesmo indo em festas clandestinas, o povo tem se arriscado e contrariando as orientações de segurança de combate à pandemia.
“É importante as pessoas se conscientizarem de que existe um movimento de empatia, muitas pessoas estão mais vulneráveis. É uma era em que a gente precisou esbarrar em questões que não estávamos preparados, ficamos com medo, muita gente se traumatizou, então as pessoas acabam se cansando e usando desculpas”, diz Busin.
O comportamento das pessoas que se arriscam é criticado pelo psiquiatra Kalil Dualib. Ao portal R7, o presidente Departamento Científico de Psiquiatria da Associação Paulista de Medicina vê um imagem de adolescência nas pessoas para furar as restrições.
Na visão do psiquiatra, essas pessoas brincam com a pandemia como se fosse um jogo com o que pode ou não pode ser feito. "Aglomerar, então, é se comportar como um adolescente que age sem pensar nos outros e no impacto que essas atitudes podem ter. É preciso maturidade para pensar também no bem-estar do próximo", explica.
Para ele, há outras maneiras de garantir uma boa saúde mental e suprir a necessidade de convívio social sem descumprir as orientações de segurança.
Prática de exercícios físicos, definir um horário para dormir, aperfeiçoar as rotinas entre outros pode ajudar a melhorar a saúde mental, que foram afetados durante a pandemia.