A mulher de 62 anos suspeita de esquartejar e concretar o corpo do companheiro, de 55, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já havia sido presa por causa de um atentado com soda cáustica contra a vítima em 2012. As informações são do G1.
A Polícia Civil não divulgou o nome da idosa, que negou ter cometido o crime contra Dilson Bicalho. Mas, ao ser presa, ela apresentou versões conflitantes.
"Frieza incomum. Ela demonstra até um certo ódio quando fala de algumas coisas que agradavam a vítima", disse o delegado Fábio Werneck, que está à frente das apurações.
Ela foi presa em flagrante por ocultação de cadáver e a prisão preventiva já foi pedida à Justiça.
Motivação financeira e conflitos
Sobre o atentado de 2012, o delegado disse que a soda cáustica foi colocada em uma garrafa de água na geladeira. Na época, a mulher ficou detida por cerca de 90 dias e depois voltou para casa." A vítima ingeriu essa água com soda cáustica e foi parar no hospital, e a companheira acabou presa", disse o delegado.
Ela disse à polícia, agora, que antes de comprar a soda cáustica tinha sido agredida com um soco no olho, que causou-lhe cegueira.
Depois disso, a relação se tornou bastante conturbada, inclusive com "separação de corpos". Para o delegado, além da relação conturbada do casal, o crime pode ter motivação financeira. De acordo com ele, o homem havia feito um empréstimo no valor de R$ 8 mil para o tratamento de um câncer de próstata e há suspeita de que a mulher queria ficar com o dinheiro.
O dinheiro não foi encontrado na casa onde eles viviam e agora é aguardada a quebra do sigilo bancário.
Ajuda dos bombeiros para achar o corpo
Um boletim de desaparecimento da vítima foi registrado no último dia 11. Ao vistoriarem o interior do imóvel, os investigadores viram que havia um "pequeno retângulo de concreto fino, recente, estufado e trincado", sob uma mesa na cozinha.
"Foi descoberto o corpo esquartejado, dentro de um saco, coberto por cal, que parece ser da vítima que estava desaparecida", disse o delegado.
A perícia encontrou lesões no coração e próximo ao órgão, compatível com golpe de faca, além de fratura no crânio. A suspeita é que o homem estivesse vivo quando começou a ser esquartejado.
A participação de outra pessoa não é descartada pela polícia. "Ela é uma senhora de mais idade, pequena, franzina. E possível, sim, que ela tenha tido ajuda de outra pessoa. Mas não é impossível que ela tenha feito sozinha, com tempo", afirmou Werneck.