O procurador de Justiça do MPE-MS, Sérgio Harfouche, teve um encontro com o presidente Jair Bolsonaro. Ele entregou uma carta com apoio irrestrito ao voto impresso, tema polêmico e em discussão no Congresso. 

Harfouche foi a Brasília junto com representantes da Marcha da Família Cristã e Foro Conservador, além de profissionais do Direito. Entre as entidades participantes também estava a Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil. 

O documento tem 12 páginas e foi assinado por cerca de 300 pessoas, todas de agrupamentos conservadores Brasil afora. Segundo o site JCO, o texto também é dirigido a diversas autoridades, como deputados e senadores, além de ministros de cortes superiores e Ministério Público e até mesmo às Forças Armadas. 

Um trecho da carta cita especificamente o ministro Luis Roberto Barroso, que é o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral. O texto ‘’avisa’’ o ministro que ‘’todo poder emana do povo’’ e que a Constituição proíbe que membros do poder Judiciário se dediquem a atividades político-partidárias. 

‘’... Temos um presidente eleito que não teve oportunidade de governar pelas inúmeras intervenções de uma oposição que não respeitou às urnas eletrônicas e agora, não aceita a impressão de corisco contagem pública desses votos’’

Sobre os ataques de Bolsonaro ao ministro Barroso, Harfouche diz que todos os membros de Poder podem ser criticados. 

‘’... penso que, se admito ofensa conta o Presidente do Executivo , também devo aceitar ofensa contra o Presidente do Congresso nacional e contra o STF’’, refletiu o membro do MPE-MS. 

Polêmica

O presidente Jair Bolsonaro tem criticado duramente o ministro Luis Roberto Barroso, sobre a posição dele em relação ao voto impresso. O ministro prometeu vetar qualquer tentativa de implantação de mudança nas urnas eletrônicas, mesmo se o Congresso aprovar. 

Um vídeo onde Bolsonaro chama Barroso de ‘’filho da puta’’ chegou a circular pelas redes sociais, mas foi apagado. 

A troca de farpas entre presidente da República e ministro do TSE criou um clima de instabilidade entre os Poderes da República. O presidente do Supremo, Luiz Fux, chegou a intervir e defender os ministros da Corte. 
Houve, inclusive, uma tentativa de reunião entre chefes de Poder, que foi cancelada por Fux.