Grupos LGBT e de direitos humanos anunciaram que vão abrir processos na Justiça, contra o pastor José Olímpio, da Assembleia de Deus Alagoas. O religioso divulgou que estava orando para que o humorista, Paulo Gustavo, que é gay, morresse.
O anúncio das entidades ocorreu neste final de semana.
"É urgente que crimes como estes, motivados por homofobia, sejam enquadrados da tipificação da LGBTfobia , na lei de combate ao racismo de n. 7.716/2018, e que punições mais rigorosas e severas sejam tomadas contra condutas homofóbicas e atos discriminatórios como o em questão’’, diz trecho de uma carta assinada pelas diversas entidades.
Segundo o Congresso em Foco, a Aliança LGBT+ disse, em nota, que a declaração do pastor não é caso isolado, atinge cotidianamente gays, lésbicas e trans.
"A pandemia que ainda segue em curso transformou o caráter de alguns e revelou o verdadeiro caráter de outros, fazendo com que pudéssemos separar o joio do trigo e sem nenhuma sombra de dúvidas fossemos capazes de compreender melhor o outro", diz o texto assinado pelo ativista Toni Reis, líder da Aliança LGBT+.
A Aliança enviou ofício ao procurador-geral de Justiça de Alagoas, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, para que uma investigação contra o pastor seja aberta.
Humorista
Internado na UTI desde o começo de março, Paulo Gustavo enfrenta complicações da covid-19, está intubado e com pulmão artificial. Seu estado de saúde é considerado crítico. Gustavo é casado com Thales Bretas e tem dois filhos.
Pastor
O marido de Paulo Gustavo, a família e amigos, sobretudo artistas, iniciaram uma campanha por orações para o humorista. Foi justamente a essa corrente de oração que o pastor José Olímpio se referiu ao fazer o polêmico comentário.
"Esse é o ator Paulo Gustavo que alguns estão pedindo oração e reza. E você vai orar ou rezar? Eu oro para que o dono dele o leve para junto de si’’, escreveu o religioso. Após grande repercussão, ele apagou o post.