Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o governador Reinaldo Azambuja participa nesta terça-feira (18), às 10h, da inauguração da Estação Radar, no Aeroporto de Corumbá.
O novo instrumento irá reforçar o sistema de radares e monitoramento da Força Aérea Brasileira (FAB) para reprimir ações do tráfico aéreo. A estação possui dois radares (o primário LP23SST-NG e o secundário RSM97OS) para controlar o espaço aéreo com foco na melhoria da cobertura em baixas altitudes para a identificação da presença de aeronaves não-autorizadas com cargas ilícitas, no território brasileiro.
A estrutura instalada em Corumbá é resultado da parceria firmada em 2018 entre a FAB e a empresa Omnisys, subsidiária do Grupo Thales no Brasil, que prevê ainda a instalação de sistemas de vigilância em Porto Murtinho e Ponta Porã. Os locais foram escolhidos devido ao número de aeronaves observadas entrando no País de maneira irregular pela região e pelas eventuais falhas na cobertura de radar.
Ao todo, a FAB adquiriu junto a Omnisys/Grupo Thales os três sistemas radar ao custo de R$ 127 milhões para ampliar a vigilância na fronteira do Brasil com países vizinhos. Os sistemas terão raio de alcance de 463 milhas.
O reforço no sistema de radares da Aeronáutica será fundamental no combate ao tráfico internacional de cocaína boliviana na região de fronteira para o Brasil a partir de Corumbá. Somente neste ano, segundo a FAB, foram interceptadas mais de 3,5 toneladas de cocaína em voos clandestinos da Bolívia para o Brasil, por meio das unidades de caça, na maioria das vezes interceptações do Esquadrão Flecha, da Ala 5 (antiga Base Aérea de Campo Grande).
Como funciona
O radar primário capta qualquer objeto no caminho por meio de uma onda eletromagnética. Ele se assemelha ao sonar de um submarino e tem grandes áreas de cobertura. Já o radar secundário funciona associado ao primário e faz a comunicação com o transponder do avião para descobrir dados como altitude e velocidade.
Combate ao narcotráfico
As interceptações de voos clandestinos, muitos deles a serviço do narcotráfico, geralmente são feitas por aeronaves de caças A-29 Super Tucano, com o apoio da aeronave E-99, radar que participa das atividades de controle do espaço aéreo brasileiro.
Mas são as forças policiais de Mato Grosso do Sul, em especial o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), as principais responsáveis pelas apreensões de drogas do país. De janeiro a agosto de 2020, a polícia sul-mato-grossense tirou de circulação mais de 424 toneladas de drogas, um aumento de 88% em relação ao mesmo período do ano passado.
Desde 2015, as forças estaduais apreenderam 2.057 toneladas de maconha e cocaína, que teriam como destino os grandes centros urbanos nacionais e internacionais, segundo a Superintendência de Inteligência da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).