Com palanque esvaziado, com ausência de representantes dos poderes Executivos e Legislativos, a ‘comemoração’ de 31 de Março de 1964 foi celebrada nesta sexta-feira (29), apenas por militares de alta patente e da reserva na sede do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande. Centenas de militares fizeram o ‘habitue’ e desfilaram para os oficiais que acompanhavam do alto do palco.
Extraoficialmente, convites foram enviados para as autoridades políticas, mas elas deram ‘o cano’ e nenhuma compareceu ao seleto evento, que reuniu poucos civis. Ao final do evento, o general de Exército Lourival Carvalho Silva, que conclamou por meio de convite a "digníssima família para a Formatura alusiva à Revolução Democrática de 31 de março de 1964", não quis falar com a imprensa.
Oficiais da comunicação apenas informaram que receberam uma determinação do Ministério da Defesa onde ninguém estaria autorizado a falar sobre a data e que o convite seria ‘apenas para os familiares dos militares’, não sendo para a imprensa. Ao final, os profissionais de comunicação foram convidados a se retirar do local.
Militares durante formatura. Foto: Rodson Willyams.
Comemoração
O presidente Jair Bolsonaro foi convencido por meio da alta cúpula militar a retomar as comemorações da data retirada do calendário militar em 2011, durante a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, torturada pelo regime militar, em 1970.
Bolsonaro teria concordado e solicitado ao Ministério da Defesa que fizesse as comemorações 'intramurus', ou seja, apenas dentro dos quartéis e batalhões.
O golpe de 64 manteve os militares no poder por 21 anos, até 1984. Não há um número de consenso o assunto tratado é o número de vítimas assassinadas por se opor a ditadura militas. Estudos publicados indicam 500, 1000 e até milhares.
Conforme consta na Base Nacional Comum Curricular, do Ministério da Educação, na disciplina de História ministrada para alunos do 9º ano, trata a questão como a 'ditadura civil-militar e os processos de resistência'.