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16/12/2020 11:33

Fraude no ponto: médico foi até a motel em horário de expediente

Polícia investiga 11 médicos em Joinville por suspeita de registrar ponto, deixar o local de trabalho e voltar somente para registrar a saída. Inquérito não tem previsão de conclusão

Um dos 11 médicos investigados pela Polícia Civil por fraudar o registro do ponto no Hospital Regional de Joinville, no Norte catarinense, foi visto entrando em um motel da cidade no momento em que deveria estar trabalhando. As informações são do G1.

Segundo o delegado Rafaello Ross, responsável pela operação foi deflagrada nesta terça-feira (15), o flagrante ocorreu durante o monitoramento dos suspeitos.

Os agentes investigaram por cerca de 45 dias os profissionais antes de deflagar a operação 'Ponto Fraudado'. Dois médicos foram presos em flagrante na terça-feira por estarem em casa no momento que deveriam estar cumprindo plantão médico - veja os detalhes das prisões mais abaixo.

O médico que foi visto entrando em um motel no horário de trabalho não foi preso. Segundo a Polícia, naquele momento da investigação não foram realizadas prisões.

Os 11 médicos continuam sendo investigados. A polícia, o Ministério Público e o hospital não revelaram as identidades dos suspeitos de registrar o ponto, deixar o local de trabalho e voltar somente no fim do expediente para registrar a saída.

A investigação iniciou em setembro deste ano após uma denúncia feita pela própria unidade de saúde. Os suspeitos são concursados e atuam no Hospital Regional Hans Dieter Schimidt.

Segundo a Polícia Civil, eles recebem entre R$ 9 mil e R$ 20 mil por 80 horas de trabalho por mês. Alguns têm vínculos de 15 a 30 anos com o estado. Outros, trabalham há quatro anos.

O Hospital Regional Hans Dieter Schimidt é estadual e tem, no total, aproximadamente 200 médicos. A Secretaria de Estado da Saúde informou em nota que "abrirá sindicância para apurar a conduta dos profissionais envolvidos e aguarda o desfecho da investigação".

Prisões

Dois médicos, um homem e uma mulher, foram presos em flagrante durante a operação porque deveriam estar de plantão, mas foram encontrados pelos policiais em casa. Eles foram autuados por falsidade ideológica e ficaram em silêncio durante o interrogatório policial.

A médica presa bateu a entrada de expediente no hospital às 9h de segunda-feira (14) e deveria sair nesta terça às 9h, em um plantão de 24 horas, mas estava em casa dormindo. Já o homem efetuou o registro às 18h50 de segunda e também deveria estar na unidade de saúde.

O inquérito ainda não tem prazo de quando será finalizado, ainda segundo o delegado Rafaello Ross.

"O que foi constatado é que esses profissionais chegavam ao hospital, marcavam a presença e, pouco tempo após, deixavam o local. Iam realizar as mais diversas atividades particulares: atendimento em clínicas, compras no comércio, atividades esportivas, e retornavam para marcar o fim da jornada de trabalho", disse o delegado.

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